Resenha | Hurt

sábado, 25 de julho de 2015
Imagem: Stephanie Bertram


Autor: Tabitha Suzuma
Nível de Inglês: Intermediário - Avançado
Páginas: 400
Ano: 2013
Classificação:
Sinopse: WHY? is the burning question on everyone's lips. Why would a guy like Mathéo Walsh want to die? At seventeen, he is Britain's most promising diving champion. He is a heartthrob, a straight A student and lives in one of the wealthiest areas of London. He has great mates and is the envy of everyone around him. And most importantly of all, he is deeply in love with his girlfriend, Lola. He has always been a stable, well-adjusted guy...
Until one weekend. A weekend he cannot seem to remember. All he knows is that he has come back a changed person. One who no longer knows how to have fun, no longer wants to spend time with his friends, no longer enjoys diving. Something terrible happened that weekend - something violent and bloody and twisted. He no longer knows who he is. He no longer trusts himself around people: he only wants to hurt, wound and destroy. Slowly, he begins to piece back the buried, fragmented memories, and finds himself staring at the reflection of a monster.
Tormented, Mathéo suddenly finds himself faced with the most devastating choice of his life. Keep his secret, and put those closest to him in terrible danger. Or confess, and lose Lola forever...
Hurt tem uma premissa misteriosa. Mathéo, o protagonista, inicia a história sem se lembrar do que aconteceu na noite anterior. Seu quarto está virado de pernas pro ar, ele está sujo e machucado, e há sangue em suas mãos. Mas ele não faz ideia do que aconteceu, apenas sente uma culpa enorme e uma vontade de morrer, sem saber o porquê.

Eu já conhecia a narrativa em primeira pessoa da Tabitha, desde que li Forbidden/Proibido. Aqui o ponto de vista é sempre de Mathéo, porém o narrador é em terceira pessoa e fica mais fácil entender o sofrimento do personagem devido a isso. São páginas e mais páginas de descrições e metáforas sobre a culpa, dor e tristeza que ele está sentindo. E isso deixou o andamento do livro bem lento até pelo menos a metade.

A autora criou um enigma muito grande e soltou diversas pistas durante a história, muitas delas falsas pra nos confundir. Eu mesma teci diversas teorias e embora tenha acertado uma parte do que aconteceu antes da grande revelação, ainda sim fui pega desprevenida.

Claro que não vou revelar o que houve com Mathéo, mas adianto que é um assunto pouco abordado em livros, não só de YA como outros gêneros também. Quem já leu Proibido sabe que a autora gosta de falar sobre assuntos polêmicos, e com certeza o trauma do protagonista é no mínimo isso.

São poucos os personagens relevantes na trama, e isso contribui ainda mais para que a história se desenvolva lentamente. Lola, a namorada de Mathéo, é talvez a coadjuvante mais importante, mas ao mesmo tempo, parece irrelevante. Digo isso porque ela é uma personagem rasa, sem muito background. Sabemos muito pouco sobre a vida "independente" dela. Parece que ela só existe para ser a namorada perfeita e nada mais.

Gostei da família de Mathéo. Não porque seja perfeita, jamais, mas por ser aquele tipo de família de fachada. Os pais ricos que exigem que o filho siga uma carreira que busque apenas retorno financeiro; a cobrança do pai workaholic; o irmão mais novo que passa o dia todo aos cuidados da babá. Por mais clichê que possa ser, gostei dessa superficialidade da família de Mathéo, até porque no fim das contas vemos que as aparências enganam... (Vou deixar isso no ar, rs)

Outra coisa que achei bacana foi aprender um pouco sobre os saltos ornamentais, que é o esporte que Mathéo pratica. Gosto muito de assistir a esportes olímpicos, então foi muito interessante entender o que se passa pela cabeça de um atleta quando está em ascensão, todo o nervosismo, a cobrança, enfim, tudo o que ele deve passar para conseguir alcançar seus objetivos. Não deve ser nada fácil.

Agora você pode estar se perguntando: se teve tanta coisa boa, porque você só deu 3 estrelas e meia? E eu explico: como disse no início, até a metade do livro o desenvolvimento foi BEM lento. Tabitha tem uma narrativa poética que é muito bonita, mas irrita um pouco todas aquelas metáforas o tempo todo, falando sobre a dor que Mathéo sente, tanto física quanto emocional. E depois, quando o segredo é revelado, ainda há algumas coisas encobertas, e a autora continua forçando a barra com o sentimentalismo. Esse foi um dos pontos mais negativos.

Outro fator determinante para que eu não desse uma nota maior foi o desfecho. Como li Proibido antes desse, achei algumas semelhanças entre os dois livros e foi difícil não ficar comparando o tempo todo. O final simplesmente não soou natural pra mim e eu acho que Tabitha só fez o que fez pelo shock value. Desnecessário.

No geral, minha recomendação é a seguinte: se você não leu Proibido ainda, provavelmente vá aproveitar e muito a leitura. É uma história triste e bem dolorosa, com um assunto que precisa ser mais abordado na literatura. Até porque acredito que aconteça com mais frequência do que imaginamos. Porém, para quem já leu o livro citado, algumas coisas podem soar repetitivas e forçadas, fazendo com que você não aproveite tanto tudo o que Hurt tem para oferecer.

PS.: Loïc é a criança mais fofa e menos irritante que li nos últimos tempos ♥

PS. 2: Não sei se há previsão de lançamento no Brasil... :/


Esta resenha faz parte do Desafio Literário I Dare You (saiba mais clicando aqui).
Tema de Julho: Protagonista masculino

Ficou interessado? Vai passar longe dessa leitura? Conta pra mim nos comentários!

Beijos e até o próximo post :*

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