Resenha | Vida e Morte (Crepúsculo Reimaginado)

segunda-feira, 7 de março de 2016


Autor: Stephenie Meyer
Editora: Intrínseca
Páginas: 391
Ano: 2015
Classificação: 
Skoob
Sinopse: Novamente, os leitores vão se apaixonar pela arrebatadora história de amor de Bella e Edward... ou, quem sabe, será uma primeira vez. A edição especial de aniversário inclui um conteúdo extra e exclusivo: Vida e morte, nova versão em que autora inverte o gênero dos principais personagens.
Em Vida e morte os leitores vão se maravilhar com a experiência de ler a icônica saga de amor agora pelos olhos de um adolescente que se apaixona por uma sedutora vampira. Numa publicação ao estilo “vira-vira”, a edição comemorativa traz mais de 400 páginas de conteúdo extra, além da nova capa, com Crepúsculo de um lado e Vida e morte de outro. Os milhares de fãs de Bella e Edward não vão querer perder a oportunidade de ver seus tão queridos personagens em novos papéis.
“Fico maravilhada que já se tenham passado 10 anos da primeira edição de Crepúsculo”, cometa a autora Stephenie Meyer. “Para mim, esse aniversário é uma comemoração dos fãs, que sempre foram inacreditavelmente dedicados e apaixonados.”

Desde já quero deixar avisado que eu não odeio Crepúsculo e que tudo o que expressarei neste texto é apenas a minha opinião, não uma verdade absoluta. Esta saga me marcou muito e eu simplesmente não consigo nutrir um sentimento de ódio nem pela autora e nem pelos livros. Eu não tenho nada contra quem curte e se você estiver a fim de uma discussão saudável sobre algo que discordar de mim, fique à vontade para se expressar, ok? Vamos discutir de maneira respeitosa e saudável.

 Tenho muitos pontos para ressaltar sobre a obra, mas essa resenha não terá grandes spoilers (pode conter alguma informação pouco importante sobre a obra original). Sem mais delongas, vamos ao que interessa?

Em comemoração aos dez anos (!!!) do lançamento de Crepúsculo, Stephenie Meyer decidiu reescrever a história original com os gêneros da maioria dos personagens trocados, e isso originou o livro Vida e Morte. Em seu prólogo, ela alega que tomou essa decisão em resposta aos que criticaram Crepúsculo dizendo que é uma história sexista e que representa a mulher como frágil, inocente e incapaz de se salvar sozinha. Stephenie quis provar que o enredo do primeiro livro também funcionaria se Edward fosse mulher e Bella, homem. Olha, eu até entendo esse argumento, mas acho que a autora, mesmo após todo esse tempo, ainda não entendeu que apenas mudar os gêneros não torna a história melhor.



Vamos começar do começo: Beaufort (anteriormente, Bella). Assim como na obra original, o personagem principal não tem muito carisma e pouca motivação. Ele não se diminui como a Bella, e eu me questiono o porquê disso. Mudando características básicas de Bella em Beau, a autora apenas reforçou a imagem de que homens são mais seguros de si do que mulheres. Eu conheço homens que na idade de Beau eram inseguros e com baixa autoestima, isso não é tão incomum assim. Então por que amenizar estas características no personagem?

Agora, para o outro lado da história: Edythe. Taí uma personagem bacana. Engraçada, cativante e um pouco sombria, essa vampira com certeza é um upgrade em Edward, que com todo seu sofrimento exagerado por muitas vezes soava cansativo. Edythe aceita um pouco melhor sua condição, apesar de sofrer um pouco com ela, e não inveja a mortalidade como seu antecessor. Foi bem gratificante ver uma mulher destemida, forte e independente como ela tendo um papel principal na história.

Não vou comentar sobre cada personagem para não ficar cansativo, mas no geral, meu problema com a troca de gêneros foi a falta de necessidade de alterar personagens que já funcionavam bem com seus gêneros originais. Ressalto aqui Archie (Alice) e Earnest (Esme). Esses dois personagens não combinaram nem um pouco como homens, Earnest ficou bobão ao invés de carinhoso como Esme, e Archie... apenas soou como uma mulher. Em poucos momentos consegui imaginá-lo como homem, tamanha a semelhança com Alice, até no jeito de falar. Stephenie errou feio com esses dois.

Algumas explicações (clique para ampliar)
O enredo não difere muito de Crepúsculo, com exceção do final. A cena em que Beau é resgatado por Edythe em seu passeio a Port Angeles ficou bem esquisita, a original com certeza era mais crível. Outras pequenas mudanças na narrativa também ficaram estranhas, como por exemplo, o ódio que um dos "amigos" de Beau tem por ele. Stephenie fez adaptações nas amizades que simplesmente não funcionaram.

Pra resumir, o que eu achei foi o seguinte: Beau é um personagem tão mal construído quanto Bella, porém ainda mais forçado (corar a cada cinco minutos? Faça-me o favor!). Tenho certeza que ele funcionaria muito melhor se tivesse sido escrito por um autor como John Green, que já tem experiência em criar personagens masculinos "fora do comum". A autora deixou muito claro que mesmo dez anos após escrever a primeira versão, não amadureceu seus conceitos sobre os papeis de gênero na sociedade (ela tenta forçar o contrário na cena do restaurante, e mais uma vez, fracassa). Sua escrita também evoluiu muito pouco, quase nada, na verdade. Me pergunto o que ela ficou fazendo nesse tempo todo; acredito que apenas usufruindo dos milhões que entram em sua conta...

Teria sido melhor escrever um conto sobre a relação de Jacob e Renésmee, ou até mesmo o aguardado Midnight Sun. A própria autora reconhece que era muito mais fácil escrever praticamente uma fanfic de seu livro do que produzir conteúdo novo. Desculpa a sinceridade, mas pra mim dizer isso só prova o quão preguiçosa e desinteressada pelos seus leitores ela é, já que optou pelo caminho mais simples.

Imagens: Stephanie Bertram


Recomendo a leitura para os fãs de Crepúsculo ou pessoas que, como eu, tiveram a vida impactada por essa saga de alguma forma. Se você detestou a história original, simplesmente não perca o seu tempo. Para ver a resenha em vídeo, é só continuar lendo!






Beijos e até o próximo post :*

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