Resenha | 1222

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Autor: Anne Holt
Editora: Fundamento
Páginas: 303
Ano: 2013
Classificação:

Sinopse: A 1222 metros de altitude, um acidente de trem. Uma impiedosa nevasca. Um hotel centenário. E um assassinato! Uma ex-policial, tão astuta e brilhante quanto sarcástica e antissocial, é a única pessoa capaz de solucionar o mistério da morte de um dos 269 passageiros de um trem descarrilado. Isolados do resto do mundo por causa da neve, uma atmosfera de medo, hostilidade e desconfiança instala-se no hotel onde eles se refugiaram.

Mas Hanne não quer se envolver. Ela sabe que a verdade cobra um preço muito alto. Ao longo dos anos, sua busca por justiça lhe custou o amor de sua vida, sua carreira na polícia de Oslo e a própria mobilidade.
No entanto, encurralada por um assassino, encurralada pela pior nevasca da história, Hanne - e os outros passageiros - não tem saída.
Em uma situação extrema, as máscaras logo caem... E, nesse grupo, muitas pessoas não são o que parecem. Aliando sua capacidade de dedução a seu instinto, Hanne mergulha em um enigma difícil e surpreendente.

Sou do tipo que gosta de ler a sinopse e as resenhas (sem spoilers) antes de iniciar a leitura de um livro novo. É muito difícil eu pegar um livro às cegas, já que pelo menos o enredo já conheço um pouco. E antes de começar a ler 1222, eu fiz o meu ritual de sempre: li a sinopse oficial e algumas resenhas. Apesar de ter uma premissa interessante, os leitores diziam ser um livro lento e sem propósito, e isso já me deixou alerta. Talvez a influência das resenhas tenha pesado, mas vou ter que me juntar aos que dizem que este livro é terrivelmente fraco.

Logo na capa, nos deparamos com um blurb que diz que o livro é uma mistura de Agatha Christie e Stieg Larsson. E isso é uma tremenda blasfêmia! Já li livros de ambos os autores e Anne Holt não se assemelha em nada a nenhum deles, e vou explicar os motivos. 

A Rainha do Crime é conhecida pela construção impecável de seus mistérios e personagens (principalmente seus detetives). Holt criou uma protagonista chatíssima, que tenta ser sarcástica e inteligente mas que só sabe reclamar e relembrar do passado.

Larsson tem como característica uma narrativa envolvente e personagens sempre muito aprofundados psicologicamente. Nesse aspecto, Holt toma a direção contrária com uma narrativa arrastada e cheia de detalhes que não acrescentam nada à história. Ela tenta incansavelmente nos situar naquele cenário inóspito, mas solta informações desinteressantes e repetitivas que só cansam o leitor.

A protagonista, uma ex-policial paraplégica chamada Hanne, é uma típica mulher rabugenta que não aceita ajuda de ninguém (nem quando se encontra nas situações mais críticas). Eu não sei vocês, mas quando leio um livro policial, quero saber sobre os suspeitos, não sobre a vida pessoal do detetive. Alguns fatos podem ser relevantes para compreendermos melhor o personagem, mas eu não acho relevante, por exemplo, saber a orientação sexual da pessoa se isso não acrescenta nada de importante a seu desenvolvimento. E Hanne acha importantíssimo nos falar sobre seus amores passados e sua família, sendo que em nenhum momento isso me fez sentir empatia por ela e nem trouxe mais profundidade à personagem. Só me interessei por ela quando falava sobre sua vida na polícia e sobre o acidente que a fez perder os movimentos das pernas, e esses assuntos quase não são abordados por ela. Fuén.

O mistério em si é bem fraco; há uma tentativa de remeter à grande obra de Agatha Christie, Assassinato no Expresso do Oriente (o livro é até citado pela protagonista), mas claro, sem sucesso. Os suspeitos são estranhos e por mais que intriguem o leitor, não chegam a incomodar de verdade. A cabeça de Hanne funciona de maneira esquisita também, já que ela mistura os fatos apresentados com seus devaneios e acaba sempre perdendo o fio da meada. E a resolução do crime é extremamente simplória, visto a grandiosidade que a trama tenta nos passar.

Quem acompanha minhas resenhas sabe que eu dificilmente dou 5 estrelas, e isso é ainda mais raro com 1 estrela. Só chego a esses extremos quando AMO ou DETESTO um livro. E já ficou bem claro o que eu achei de 1222. Cheguei ao ponto de fazer skim read do meio pro fim, algo que nunca tinha acontecido antes. Pois é, Anne Holt precisa comer muito arroz e feijão pra chegar aos pés de Agatha Christie.

Alguém já leu esse livro? Minha resenha tirou qualquer vontade sua de ler? Conta aí nos comentários!

Esta resenha faz parte do Desafio Literário I Dare You 2.0 (saiba mais clicando aqui).
Tema escolhido para Julho: Policial

Beijos e até o próximo post :*

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