Estamos banalizando o amor?

terça-feira, 24 de janeiro de 2017
Imagem: Anete Lusina (Unsplash)


O ano passado não foi nada fácil para os românticos incuráveis. Vários casais públicos (e admirados por muitos) anunciaram o divórcio/término após anos de relacionamento. Os motivos, ninguém sabe (e nem precisa), mas estas notícias recentes deixaram muita gente triste e desacreditada no amor. Afinal, como pode um casal se separar depois de dez, vinte anos juntos? Após refletir um pouco sobre as diversas reações que encontrei pela internet, decidi dar a minha opinião sobre o assunto.

Que fique claro: eu sou romântica. Não uma sonhadora, que adora finais felizes em filmes e livros, mas do tipo que acredita que o amor existe e pode sim ser eterno. Dito isso, pra mim é sempre triste ver casais de longa data terminando ou se divorciando, sejam eles meus conhecidos ou famosos. Fico chateada mas ao mesmo tempo sei que não deve ser nada fácil tomar uma decisão dessas. Eu mesma estou em um relacionamento há muito tempo e sei que nada é garantido, tudo pode mudar quando a gente menos espera. Mas me irrita muito quando vejo as pessoas comentando coisas como: "acordem, nada dura pra sempre!", ou "bem-vindos à vida adulta, onde relacionamentos terminam". Porque eu não acho que as coisas sejam assim. Tudo acaba e pronto. Principalmente em relação aos sentimentos, que são intangíveis.

Eu acredito que essa parcela de pessoas que vê os relacionamentos de maneira tão negativa ajuda e muito a disseminar um comportamento muito recorrente: a banalização do amor. Fazemos parte de uma geração que vê com maus olhos os relacionamentos dos nossos avós, que, segundo a maioria, não passavam de fachada. Há uma descrença imensa em relações duradouras, gerando pessoas que buscam preencher o vazio em si de maneira rasa, que apenas satisfaça os desejos sexuais. Enquanto isso, o emocional fica abalado e o psicológico, em pedaços, sustentado por relações superficiais que nada acrescentam de verdade a quem as vive, apenas mais contatinhos e matches no Tinder.

Eu não estou dizendo que se o relacionamento está uma merda, as pessoas devem ficar juntas porque o amor vence qualquer obstáculo, longe de mim. O que eu penso é que atualmente tudo é muito fácil e ao primeiro sinal de problema, o casal desiste, já que é tão simples. Ninguém se preocupa com as consequências emocionais que viver pulando de galho em galho pode acarretar a longo prazo. E muita gente incentiva esse tipo de comportamento que é sim nocivo.

Eu espero que um dia a gente consiga encontrar o equilíbrio entre o "normal" e o "progressista", de maneira que nenhum dos lados seja tido como verdade absoluta. Se afastar de quem não nos faz bem é essencial, principalmente quando há abusos verbais, psicológicos ou físicos. Mas abandonar o barco por qualquer motivo, mesmo quando há sentimento entre as partes, é algo que eu nunca vou apoiar.

E você, o que acha dessa discussão? Estamos mesmo banalizando o amor ou apenas evoluindo nossa maneira de se relacionar?

Beijos e até o próximo post!

Um comentário:

  1. Steph, hoje é muito comum as pessoas quererem muitas coisas, porém não estão dispostas a lutar para mantê-las. Eu vejo isso até entre casais amigos que têm filhos e vejo um desleixo que não existiu na geração dos nossos pais.As pessoas que menos se doam são as que mais exigem. Não é louco, isso? Vai até para amizade também. Assim como vc, não sou a favor de uma pessoa ficar em um relacionamento que dar mais dor de cabeça do que qualquer coisa, porém não sou a favor dessa mentalidade conto de fadas, que se eu não sentir mais nada, tá na hora de dar um pé na bunda. Se a pessoa for depender de sentimentos para sustentar um relacionamento, tá ruim, viu? Porque tem dia que a gente nem gosta da gente. Tem dia que a gente tem raiva da gente e nem sabe porque. Em tempos de cliques, likes, curtidas e contatinhos, é preciso saber viver para ter um relacionamento saudável e maduro. Parabéns pelo texto!

    http://vivendolaforanoseua.blogspot.com/

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