Resenha | A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Autora: Becky Chambers
Editora: Darkside
Páginas: 352
Ano: 2017
Classificação:
Skoob
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SinopseVocê nem imagina os mistérios que existem do outro lado do Universo. Se tiver coragem de desbravá-los, é melhor se preparar. Essa não será uma jornada rápida e os perigos podem surgir a cada momento, de onde menos se espera.A boa notícia é que você não estará sozinho. Milhares de leitores em todo o mundo já embarcaram nas páginas dessa que é A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil. O livro de Becky Chambers é um marco recente no universo da ficção científica. Lançado originalmente através de financiamento coletivo pela plataforma Kickstarter, ele conquistou a crítica especializada e os ainda mais exigentes fãs do gênero, sendo indicado para prêmios respeitados, como o Prêmio Arthur C. Clarke e o Prêmio Hugo. Um dos motivos do sucesso de A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil é a abordagem da história. Elementos essenciais em qualquer narrativa de ficção científica estão muito bem representados, como a precisão científica e suas possíveis implicações políticas. O gatilho principal é a construção de um túnel espacial que permitirá ao pequeno planeta do título participar de uma aliança galáctica. Mas o que realmente torna único esse romance "On the Road" muito divertido e futurístico são seus personagens. Complexos, instigantes e tridimensionais. A autora optou por contar a história de gente como a gente, ainda que nem todos sejam terráqueos ou mesmo humanos. A tripulação da nave espacial, Andarilha, é composta por indivíduos de espécies, gêneros e planetas diferentes, incluindo um médico de gênero fluido, que transita entre o masculino e o feminino ao longo da vida e uma estagiária nascida nas colônias de Marte, uma piloto reptiliana. Temas como amizade, força feminina, novos conceitos de família, poliamor e racismo fazem parte do universo do livro, assim como cada vez mais fazem parte do nosso mundo. Becky Chambers segue os passos da pioneira Ursula K. Le Guin e inclusive presta homenagem à inventora do ansible, um dispositivo de comunicação interplanetária, em sua obra. A visão acurada e feminina de autoras como Becky e Ursula permite desconstruir velhos clichês e quem sai ganhando são os amantes da literatura de ficção científica, de todos os espécies e gêneros. Outras fontes ajudaram a formar a autora de A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil, Carl Sagan e Star Trek, por exemplo. Mas certamente suas influências estavam em casa. Becky é filha de um casal de cientistas espaciais e neta dum dos participantes do Projeto Apolo da NASA. A ciência é algo importante na família. A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil é o primeiro livro de ficção científica da linha DarkLove. Livros escritos por autoras com grandes histórias para contar prontas para desbravar novos mundos. E ele consolida a DarkSide Books no fantástico universo da ficção científica. A editora já lançou Star Wars, romance dos 3 primeiros filmes da série, e o Homem que Caiu na Terra, romance que deu origem ao primeiro filme de David Bowie como ator.

A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil é o primeiro livro de uma trilogia de ficção científica chamada Wayfarers, criada pela autora Becky Chambers. A obra acompanha a jornada da nave Andarilha escavando túneis por todo o Espaço, com uma tripulação composta de pessoas de diversas espécies e culturas.

Esqueça as guerras e as explosões. Você não vai encontrar isso em Planeta Hostil. Aqui o negócio é outro. Becky Chambers nos transporta para outros planetas e outras galáxias, mas como um foco totalmente diferente: os personagens. O clima é leve e nada parecido com outros livros de sci-fi que passam uma sensação mais opressora, tipo “fim-do-mundo”. Pra mim este é um dos maiores pontos positivos da obra, é muito bom saber que no final as chances de tudo dar certo são grandes.

Planeta Hostil não tem protagonista. Pois é! Apesar de ser narrado inicialmente pelo ponto de vista de Rosemary, uma humana que começa a trabalhar na Andarilha após se candidatar para uma vaga de guarda-livros, ao longo dos capítulos isso muda e vamos acompanhando outros tripulantes da nave e a visão de cada um deles. Acredito que a intenção da autora seja mostrar o como todos são igualmente importantes para a história, sem ninguém sobrepujar o outro. E garanto para você que a jornada não seria a mesma se não tivéssemos um dos 9 personagens principais.


A autora trouxe muita diversidade para sua obra, e isso foi delicioso de acompanhar. Espécies diferentes, vindas de culturas diferentes, com sexualidades diferentes… todos tendo que conviver e se respeitar nesta longa viagem à bordo da Andarilha. Os debates sobre preconceito, crenças e costumes são muito interessantes e me fizeram refletir em diversos momentos.

O poder feminino também é explorado com maestria por Becky Chambers. As mulheres da história não são do tipo destemidas e invencíveis; elas possuem medos, defeitos e admitem quando precisam de ajuda. A sororidade está bem presente aqui também.

A escrita é excelente e mesmo nas explicações mais teóricas foi bem tranquila de acompanhar. O ritmo é lento e isso me incomodou um pouco, mas é algo que combina muito com a proposta do livro e não tira de forma alguma seu brilho ou seu valor.


Recomendo muito esta leitura, tanto para os fãs do gênero quanto para quem não tem muita experiência com livros do tipo. Apenas tenha em mente que esta é uma história sobre pessoas, família e o poder da amizade. Tudo em meio às estrelas.

Beijos e até o próximo post!

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