Falando sobre um amor

quinta-feira, 10 de julho de 2014
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Imagem: Deathtostock (editada)
Adoro livrarias. Mas gosto ainda mais de sebos. Os livros, em sua maioria, velhos e amarelados, guardam além de suas histórias escritas, histórias vividas por quem um dia os possuiu. E há algo muito bonito em vender/doar um livro para um sebo. Significa que aquelas palavras te ensinaram tudo o que podiam e você resolveu passar a lição pra frente. Ou às vezes você nem chegou a usufruir do livro, mas por sentir que não estava pronto para absorver suas palavras, o levou àquele lugar, onde possivelmente alguém encontrará o que precisa entre suas páginas.

Quando um sebo tem as prateleiras abarrotadas, com livros empilhados pelo chão, é ainda melhor. É quase como se eu conseguisse ouvi-los, gritando por entre seus vizinhos o quanto estão desesperados por um novo dono, uma nova vida para fazer parte. Eles querem nos fazer entender o sentido da vida, nos emocionar, trazer paz. Eles aguardam pacientemente por dias, meses ou anos a chegada de um novo dono, pois estão órfãos.

Já utilizei a frase “gosto mais de livros do que de pessoas” algumas vezes, e geralmente ela soa como algo que um antissocial diria, por parecer que alguém só consegue encontrar sossego entre as palavras impressas em inúmeras folhas de papel. Mas acho que vai além disso: o livro pode te fazer viajar por tantos mundos, conhecer tantas pessoas, se aventurar por emoções nunca antes imaginadas, e por mais que no fim você nem tenha gostado tanto dele, sabe que a jornada valeu a pena (ao contrário do que experienciamos com tantas vidas que cruzam as nossas).

Por isso me sinto bem entre os livros. Os cheiros, as cores, as texturas. As verdades, as fantasias, as emoções. Tudo o que eles contém. Uma pena a vida não ser longa o suficiente para aproveitar todos eles.

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