Resenha | Filha das Trevas

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018


Autora: Kiersten White
Editora: Plataforma21
Páginas: 472
Ano: 2017

Classificação:
Skoob
SinopseLada Dragwlya e o irmão mais novo, Radu, foram arrancados de seu lar em Valáquia e abandonados pelo pai – o famigerado Vlad Dracul – para crescer na corte otomana. Desde então, Lada aprendeu que a chave para a sobrevivência é não seguir as regras. E, com uma espada invisível ameaçando os irmãos a cada passo, eles são obrigados a agir como peças de um jogo: a mesma linhagem que os torna nobres também os torna alvo.
Lada despreza os otomanos. Em silêncio, planeja o retorno a Valáquia para reclamar aquilo que é seu. Radu, por outro lado, quer apenas se sentir seguro, seja onde for. E quando eles conhecem Mehmed, o audacioso e solitário filho do sultão, Radu acredita ter encontrado uma amizade verdadeira – e Lada vislumbra alguém que, por fim, parece merecedor de sua devoção.
Mas Mehmed é herdeiro do mesmo império contra o qual Lada jurou vingança – e que Radu tomou como lar. Juntos, Lada, Radu e Mehmed formam um tóxico e inebriante triângulo que tensiona ao limite os laços do amor e da lealdade.
Sombrio e devastador, este é o primeiro livro da mais nova série de Kiersten White. Cabeças vão rolar, corpos serão empalados… e corações serão partidos.
Apesar de eu ser uma pessoa de Humanas, não sou muito ligada em História. Sei só o básico e não costumo procurar muito sobre guerras ou acontecimentos de séculos passados. Então é claro que eu sabia muito pouco (leia-se: quase nada) sobre a história de Vlad, o Empalador, que foi a fonte de inspiração principal de Filha das Trevas. Este lançamento de 2017 Acho que esse pouco conhecimento foi um ponto positivo, pois pude aproveitar a história sem comparações com a história real. O que talvez também tenha influenciado na minha opinião final.

Kiersten White claramente pesquisou a fundo a história que deu origem a essa obra. Ela utilizou de sua liberdade criativa para moldar seus personagens da maneira que mais se aproximasse de sua visão, e isso funciona principalmente porque ela trocou o gênero de Vlad, que em Filha das Trevas é Lada, uma menina forte e que não se conforma com os padrões da sociedade em que vive. Bem feminista, não?!

O diferencial desta história é que acompanhamos os protagonistas desde sua infância até a idade adulta (ou quase isso). Lada e Radu são irmãos com personalidades totalmente opostas, e que por isso mesmo se completam como ninguém. A autora nos dá vários detalhes sobre a personalidade de ambos, mostrando como cada característica foi “criada” nos irmãos. Apesar de interessantes, achei os capítulos do começo um tanto arrastados e por muitas vezes repetitivos, já que vemos Lada e Radu agindo da mesma maneira em diversas situações ao longo da vida. Acho que essa mensagem poderia ter sido transmitida da mesma forma em menos capítulos.



A narrativa é muito semelhante aos livros de fantasia (apesar de termos uma ficção histórica aqui). A ambientação é rica em detalhes e nos situa bem nos cenários, apesar de causar um estranhamento em quem tem pouco conhecimento da região do Império Otomano e do Oriente Médio. É um respiro de ar fresco ler sobre culturas tão diferentes da minha, com costumes e leis que fogem daquilo que estou acostumada.

Filha das Trevas tem uma trama bem política, repleta de estratégias e tomada de decisões importantes. Muitas vezes o livro não se parece um YA, tamanha a seriedade com a qual estes assuntos são tratados. É bom ver um livro para o público jovem fugindo dos assuntos-padrão de outras obras.

Falando nisso, no livro há um romance e triângulo amoroso, porém achei que não ficou cansativo e nem meloso. Há alguns personagens LGBT também, sem contar a diversidade racial que deixa a obra mais dinâmica e original.




Os relacionamentos entre os personagens às vezes soaram um pouco inverossímeis, fugindo um pouco do que nos é mostrado sobre as atitudes de cada um. Senti um pouquinho de Deus ex-machina mas sem exagero, então vou relevar.

O final de Filha das Trevas é realmente bom e abre possibilidades muito interessantes para a continuação. Apesar de ter levado um tempo considerável para terminar a leitura, estou empolgada para o lançamento do segundo livro, que deve aparecer aqui no Brasil em breve.

Beijos e até o próximo post!

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