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4 autores conheço pouco mas já amo

segunda-feira, 7 de maio de 2018
Existem autores que conseguem conquistar a gente logo de cara, né? Parece que o santo bate com as palavras e a gente já se torna fã desde a primeira lida. Foi pensando nisso que decidi elaborar esta listinha dos autores que mal conheço, mas já considero pacas (bons tempos de orkut!).

Neal Shusterman. Até o momento só li O Ceifador dele, mas sabe quando você se apaixona pela escrita de um autor? Pois é, com o Neal foi bem assim, de primeira. Ele tem um jeito simples e direto de escrever, que consegue nos prender da primeira à última página. Sem contar as críticas à sociedade, que sei que é uma característica bem presente em seus outros livros. Já estou ansiosa pelo lançamento de A Nuvem e assim que eu receber O Fundo é Apenas o Começo, que comprei na pré-venda, vou passar na frente de todas as outras leituras.

Margaret Atwood. A maior diva da minha vida não poderia ficar de fora dessa lista! Também conheci a escrita dela em 2017 com O Conto da Aia, e esse ano já corri para ler Vulgo Grace, que já está entre as melhores leituras de 2018. Margaret tem uma escrita que atinge o íntimo tanto do personagem quanto do leitor, expondo os segredos mais obscuros da personalidade de cada um. Ela cria mulheres fortes com quem é difícil não se identificar, e as reflexões abordadas em seus livros ficam na nossa memória por muito tempo.

Becky Chambers. Planeta Hostil foi uma experiência muito marcante pra mim, principalmente por ser uma ficção científica escrita por mulher. A autora possui uma sutileza deliciosa e consegue ambientar muito bem as cenas, fazendo com que o leitor se sinta totalmente imerso na leitura. A Darkside já anunciou o lançamento da sequência de Planeta Hostil para 2018 e eu estou empolgadíssima para ler!


Mindy McGinnis. Já li os dois livros dela que foram lançados no Brasil e achei ambos muito bons. Mindy aborda assuntos ligados ao feminismo em suas mais diferentes formas, e consegue mostrar uma versatilidade em sua escrita, que vai do sutil ao “tapa na cara” com muita facilidade. Espero poder ver mais livros seus por aqui e sempre farei o possível para levar as importantes mensagens deles para o maior número de pessoas.


Quais foram os autores que mais te marcaram nos últimos tempos? Comenta aí embaixo!

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | A (R)evolução das Mulheres

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Autora: Mindy McGinnis
Editora: Plataforma21
Páginas: 344
Ano: 2017
Classificação:
Skoob
Sinopse: Três anos se passaram desde o assassinato da irmã mais velha de Alex Craft. Mas, como é de costume, a culpa sempre recai sobre a vítima e o assassino segue sua vida em liberdade.Alex é uma menina forte e quer vingar sua irmã. Por isso, ela resolve atacar qualquer predador sexual que cruzar seu caminho e colocar a boca no mundo, usando a linguagem que conhece melhor: a linguagem da violência.
Mas o que aconteceu na noite do assassinato chama a atenção de Jack Fisher, o cara invejado por todos: atleta perfeito, que desfila de braço dado com a garota mais cobiçada. Ele deseja conhecer Alex profundamente. E, numa cidade pequena, onde todo mundo se conhece, esse repentino interesse vai desencadear uma série de crimes bárbaros.
Uma narrativa vibrante com cenas de grande impacto, A (r)evolução das mulheres é uma reflexão profunda sobre os abusos e estereótipos, que tiram a humanidade das mulheres. Mindy McGinnis nos mostra que as agressões perseguem a vida não só das vítimas, mas também daqueles que estão próximos a elas.

Aviso de gatilho: este livro possui cenas gráficas de violência e estupro.


"Olho por olho, dente por dente."

Essa é a definição de justiça para muitas pessoas, e é fácil entender o motivo. No mundo atual, onde somos bombardeados diariamente com tanta violência e crimes bárbaros, a sensação do cidadão comum é de pura impotência diante da impunidade com a qual a maioria dos criminosos é recompensada. E isso gera uma vontade secreta de que de esses criminosos sofram as punições mais violentas possíveis.

Em A (R)evolução das Mulheres, Mindy McGinnis nos traz a história de uma menina que decide vingar o assassinato da irmã com as próprias mãos, aproveitando para fazer justiça contra todo e qualquer abusador que cruzar o caminho dela, com os métodos mais cruéis que conseguir imaginar. E eu estaria mentindo se dissesse que não me senti satisfeita a cada vez que Alex colocava sua raiva pra fora. Afinal, esse não é o sonho perfeito de muita gente (principalmente mulheres) por aí?

Mas será que é assim tão simples?

O principal tema da obra é a cultura do estupro e como ela está inserida no nosso cotidiano, de uma maneira tão profunda que acaba se tornando banal. Não me considero uma expert em feminismo mas acho que o livro cumpre magistralmente seu papel em educar mulheres (e homens também) sobre o assunto sem ser didático ao extremo. Na verdade, acredito que as sutilezas dos diálogos é que são as maiores responsáveis por transmitir a mensagem da melhor forma, sem aparentar que algo está sendo “ensinado”.


Mas não se engane. A (R)evolução das Mulheres é um livro brutal e muito violento. E toda a violência é responsável por trazer questionamentos em relação à frase que citei no início da resenha, como:

  • Combater violência com violência é realmente o melhor caminho? Quais são as consequências que atos vindos da raiva e da vingança podem gerar na vida das pessoas afetadas?

  • A conscientização não pode surtir melhores efeitos a longo prazo? Ou, justamente por não conseguirmos enxergar a longo prazo, a primeira solução é a única possível?

Alex demonstra ter traços de sociopatia, mesmo tentando abrandar seu lado mais sombrio com seu trabalho voluntário e com suas relações recém-iniciadas. E eu consegui enxergar uma verdade tão grande nela que foi impossível não me apaixonar. Refletindo agora, ela me lembrou um pouco uma outra personagem super querida por mim: Helena, de Orphan Black. Alex é um pouco mais sensata que Helena, mas ambas possuem um senso de justiça muito pessoal e que não segue a mesma linha que a maioria das pessoas.

Infelizmente a protagonista não teve um background muito bem trabalhado, com informações um pouco “perdidas” sobre seu passado e sobre os acontecimentos que poderiam ter influenciado sua personalidade. Acabou soando como se ela fosse assim e pronto, e mesmo que eu tenha gostado muito dela, seria bom ter tido mais informações sobre seu passado.

Mindy acertou com Efepê e até mesmo com Jack, que foi o personagem principal que menos gostei. Ambos soaram muito verossímeis como adolescentes, sem parecer caricatos ou forçados em nenhum momento. As relações entre os três (Alex, Efepê e Jack) foram trabalhadas de maneira natural e conseguimos ver com facilidade o desenvolvimento delas. Eu poderia vir aqui reclamar do romance que sim, ficou meio perdido na história, mas acredito que a existência dele foi necessária para a evolução dos personagens envolvidos, o que é sempre válido.

O slut-shaming também está muito presente na obra, e de todos os pontos de vista. Vemos em A (R)evolução das Mulheres como o machismo afeta a todos: a menina que quer se libertar sexualmente, o garoto que precisa transar com todas para se reafirmar, a menina que põe a culpa sempre na vadia que roubou seu namorado, nunca no babaca traidor… e por aí vai. E arrisco dizer que foi nessas diversas abordagens que a autora se perdeu um pouquinho, como já vi acontecer em minha prévia experiência com ela em Uma Loucura Discreta. O que estou reparando é que Mindy possui ótimas ideias, mas acaba querendo falar de tudo um pouco e a história fica um pouco sem rumo.

Isso também se refletiu no final, que não me agradou tanto (assim como o final de ULD). Eu entendi a mensagem mas fiquei bem chateada com a conclusão dada para os arcos de certos personagens, e diria que foi a perfeita definição de agridoce. Queria poder falar mais, porém seria spoiler


Recomendo esta leitura sem pensar duas vezes. A (R)evolução das Mulheres é uma história com muita força e importância, principalmente nos dias de hoje. É preciso conscientizar as pessoas sobre os males do machismo e da misoginia, assim como suas causas e consequências.

Resenha | Uma Loucura Discreta

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
Autor: Mindy McGinnis
Editora: Plataforma21
Páginas: 388
Ano: 2016
Classificação: 
Skoob


SinopseBoston, 1890. Asilo Psiquiátrico Wayburne. Grace Mae vive um pesadelo: forçada a passar seus dias reclusa num manicômio, em meio a insanos de todo tipo, sobressaltada por gritos de horror a cada noite.Grace não é louca. Apenas não consegue esquecer os terríveis segredos de família. Terríveis o suficiente para calar sua voz – jamais ouvida por ninguém, a não ser ela mesma, dentro de sua mente brilhante.Mas, quando uma crise emocional violenta traz sua voz à tona, Grace é confinada em um porão escuro. É nesse momento em que ela conhece o dr. Thornhollow, um estudioso de psicologia criminal. Dona de um olhar aguçado e de uma memória prodigiosa, Grace passa a auxiliar o médico em investigações.Ambos escapam para uma instituição mais segura em Ohio, em busca de amizade e esperança. Mas a tranquilidade dura pouco: surge um assassino em série que ataca brutalmente jovens mulheres.Grace seguirá no encalço do criminoso, mesmo tendo de enfrentar seus próprios fantasmas.Em Uma Loucura Discreta, Mindy McGinnis explora com maestria narrativa a tênue linha entre sanidade e loucura, revelando o lado obscuro que existe em todos nós.

Quando você lê a sinopse de Uma Loucura Discreta, pode pensar que esse livro é só mais um de YA, onde uma adolescente "louca" é salva pelo amor da sua vida (que ela acabou de conhecer). Pois bem, já vou te dizendo pra tirar essa ideia da cabeça, porque de romance meloso e dilemas bobos esse livro não tem nada.

Histórias passadas em manicômios são quase sempre sombrias, e neste caso o livro não foge à regra, trazendo consigo uma narrativa carregada e densa que chegou a me incomodar várias vezes. A opressão que os pacientes sofrem no asilo em que Grace vive no início do livro é sufocante e cruel, sendo impossível não sentir empatia pelos personagens que habitam aquele local.

Passado o primeiro terço da história, o incômodo diminui, mas não vai embora completamente. Acompanhamos a jornada de Grace e o Dr. Thornhollow por investigações à la Sherlock Holmes, e isso faz com que o livro dê uma acelerada e inclua cenas em outros ambientes, trazendo dinamismo. Vi algumas pessoas reclamando dessa mudança de tom, mas confesso que foi uma das coisas que mais gostei. Mesmo amando livros com assuntos pesados, acho que variar um pouco o tema proposto é sempre válido.

O livro aborda, além da sanidade e investigação, assuntos muito pertinentes aos dias atuais, mesmo se passando no séc. XIX: o feminismo e a opressão sofrida pelas mulheres (além de uma menção leve ao movimento sufragista). É chocante imaginar que naquele tempo ser mulher era ser inferior, e que qualquer atitude feminina "fora do padrão" poderia selar pra sempre o futuro de uma mulher, de maneira negativa. A palavra do homem sempre era lei, mesmo sendo mentira. Infelizmente isso ainda ocorre atualmente, quando vítimas de abuso são tidas como culpadas e julgadas por uma sociedade machista e opressora.

Os personagens têm a psique abordada a fundo, algo que eu já esperava. Em vários momentos me peguei questionando o verdadeiro sentido da palavra sanidade e em quais casos ela se aplica. Afinal, o "normal" é apenas um mito criado pela sociedade, que limita as pessoas a seguirem apenas uma linha de pensamento e comportamento? Ainda não sei se encontrei uma resposta.

Foram poucos os pontos negativos que eu identifiquei em Uma Loucura Discreta. Um deles foi a rapidez com que Thornhollow reconheceu as "habilidades" de Grace, achei que quebrou o ritmo. O final também não é tão bom; gostei do desenrolar de alguns acontecimentos mais achei a conclusão muito rápida. Além disso, achei que a autora tentou abordar muitos assuntos ao mesmo tempo em poucas páginas, tornando alguns deles muito superficiais. Gostaria de um livro maior ou até mesmo uma duologia que pudesse explorar com calma aquilo que foi falado apenas "por cima".

Mas no geral eu gostei muito da leitura e indico pra qualquer pessoa, mas se você é sensível a temas como estupro e violência contra a mulher, recomendo cautela. Não vejo a hora de a editora lançar The Female of the Species para eu conhecer mais do trabalho da Mindy McGinnis!

Quem mais leu ou está louco (rs) pra ler esse livro? Conta aí nos comentários!

Beijos e até o próximo post :*

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