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Resenha | Misery

segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 326
Ano: 2014
Classificação:

Sinopse: Paul Sheldon descobriu três coisas quase simultaneamente, uns dez dias após emergir da nuvem escura. A primeira foi que Annie Wilkes tinha bastante analgésico. A segunda, que ela era viciada em analgésicos. A terceira foi que Annie Wilkes era perigosamente louca. Paul Sheldon é um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers protagonizados por Misery Chastain. No dia em que termina de escrever um novo manuscrito, decide sair para comemorar, apesar da forte nevasca. Após derrapar e sofrer um grave acidente de carro, Paul é resgatado pela enfermeira aposentada Annie Wilkes, que surge em seu caminho.A simpática senhora é também uma leitora voraz que se autointitula a fã número um do autor. No entanto, o desfecho do último livro com a personagem Misery desperta na enfermeira seu lado mais sádico e psicótico. Profundamente abalada, Annie o isola em um quarto e inicia uma série de torturas e ameaças, que só chegará ao fim quando ele reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado. Ferido e debilitado, Paul Sheldon terá que usar toda a criatividade para salvar a própria vida e, talvez, escapar deste pesadelo.
Agora sim eu conheci o rei do terror!

Eu sou muito fã de filmes de suspense e terror, mas não curto nada de fantasmas ou espíritos; meu negócio é o terror psicológico, que atormenta nossa mente e nos deixa apreensivos a cada cena. E este tipo de terror é exatamente o que encontramos em Misery, obra de Stephen King publicada originalmente em 1987 e relançada pela Suma de Letras em 2014.

Paul Sheldon é um escritor mundialmente famoso por seus romances com a protagonista Misery. Só que ele já está de saco cheio destes livros, ansiando por publicar coisas novas e diferentes. Então, ele toma uma decisão e mata a personagem principal no último livro lançado, encerrando de vez a série que o trouxe tanto sucesso e reconhecimento.

As vendas desse último volume estão indo bem e Paul acaba de finalizar seu próximo livro, Carros Velozes, que nada tem a ver com Misery. Carregando seu manuscrito no carro, ele sofre um acidente numa noite de muita neve e por um milagre é encontrado por uma mulher que o leva para casa e começa a cuidar dele. Esta mulher é ninguém menos do que Annie Wilkes, a maior fã de Paul! Que sorte, né? Ser encontrado por alguém que te admira tanto? Pois eu não teria tanta certeza…

Medo, paranoia, apreensão e nojo são apenas algumas das coisas que senti durante a leitura de Misery. Logo nos primeiros capítulos somos “agraciados” com uma cena bem bacaninha que envolve um balde. Coisa fina pra se ler logo cedo ou na hora do almoço :)

Annie é uma das personagens mais medonhas que já vi. King conseguiu construir muito bem sua personalidade, de maneira que apenas a menção de seu nome era suficiente para me deixar apreensiva. Annie se torna tão real durante a leitura que é praticamente impossível prever suas atitudes, por mais que já tenha sido explicado com todas as letras o quão louca ela é.

A narrativa da obra é em terceira pessoa, o que acho que criou um pouco de distanciamento entre Paul e o leitor. Eu me senti mal por ele mas não consegui sentir com ele, de forma que o tempo todo eu tinha consciência de que estava sendo apenas uma espectadora. Teria gostado mais se eu tivesse me sentido parte da história.

Uma das coisas que mais gostei em Misery foi a utilização da metalinguagem e o aprofundamento na mente de um escritor e seu processo criativo. Como escritora amadora, foi muito educativo e esclarecedor entender um pouco mais como é ser um escritor bem sucedido e quais são seus medos e anseios. Há partes em que conseguimos acompanhar de perto o processo de escrita, e isso foi fascinante pra mim.

Palmas para Stephen King por ter conseguido criar uma história tão rica com tão pouco em termos de ambientação e personagens, afinal, o livro todo se passa basicamente em um quarto com duas pessoas. A característica que King possui de se aprofundar nas histórias de vida de seus personagens, que eu já havia visto em LOVE (livro que ainda está abandonado mas pretendo retomar), funciona perfeitamente em Misery, já que traz dinamismo a uma história que poderia ser entediante. Não vou mentir, há sim momentos em que a narrativa se torna um pouco lenta, mas nada que estrague o ritmo geral da obra, que possui picos de extremo suspense e terror.

Leitura mais que recomendada! Estou feliz por ter concluído meu primeiro livro de ficção deste autor, e espero ansiosa pela próxima experiência que terei com seu trabalho. Caso você tenha alguma sugestão, pode deixar aí nos comentários!

Beijos e até o próximo post :*


Resenha | Sobre A Escrita

quinta-feira, 9 de março de 2017

Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 256
Ano: 2015
Classificação:

Skoob

Sinopse: Com uma visão prática e interessante da profissão de escritor, incluindo as ferramentas básicas que todo aspirante a autor deve possuir, Stephen King baseia seus conselhos em memórias vívidas da infância e nas experiências do início da carreira: os livros e filmes que o influenciaram na juventude; seu processo criativo de transformar uma nova ideia em um novo livro; os acontecimentos que inspiraram seu primeiro sucesso: Carrie, a estranha. Pela primeira vez, eis uma autobiografia íntima, um retrato da vida familiar de King. E, junto a tudo isso, o autor oferece uma aula incrível sobre o ato de escrever, citando exemplos de suas próprias obras e de best-sellers da literatura para guiar seus aprendizes. Usando exemplos que vão de H. P. Lovecraft a Ernest Hemingway, de John Grisham a J. R. R. Tolkien, um dos maiores autores de todos os tempos ensina como aplicar suas ferramentas criativas para construir personagens e desenvolver tramas, bem como as melhores maneiras de entrar em contato com profissionais do mercado editorial. O livro também não deixa de lado as memórias e experiências do mestre do terror: desde a infância até o batalhado início da carreira literária, o alcoolismo, o acidente quase fatal em 1999 e como a vontade de escrever e de viver ajudou em sua recuperação. Ao mesmo tempo um álbum de memórias e uma aula apaixonante, Sobre a escrita irradia energia e emoção no assunto predileto de King: literatura. A leitura perfeita para fãs, escritores e qualquer um que goste de uma história bem-contada. Eleito pela Time Magazine um dos 100 melhores livros de não ficção de todos os tempos e vencedor dos prêmios Bram Stoker e Locus na categoria Melhor não ficção, "Sobre a Escrita" é uma obra extraordinária de um dos autores mais bem-sucedidos de todos os tempos, uma verdadeira aula sobre a arte das letras.
Stephen King é um nome que provavelmente você já ouviu falar. O cara já vendeu milhões de livros pelo mundo todo e teve várias de suas obras adaptadas para o cinema (e dificilmente gosta dessas adaptações). Só com estes dados já dá pra ficar pelo menos um pouco curioso sobre a trajetória de vida e carreira de um dos escritores mais bem-sucedidos dos últimos tempos, né? Então continue lendo para saber o que eu achei de Sobre a Escrita!

A primeira coisa que a gente percebe quando começa a leitura é que o tom de King é exatamente como o de uma conversa. Eu senti como se estivesse sentada na sala da minha casa, recebendo o autor para tomar um café (chá, pra mim). Ele inicia a obra com uma breve autobiografia e "currículo", falando sobre sua infância, a relação com sua família (principalmente com sua mãe) e sobre os trabalhos que já teve antes de iniciar sua carreira de escritor. Nesse aspecto eu já me senti super inspirada por ver que King já ralou muito na vida antes mesmo de alcançar o mínimo de sucesso com o trabalho que o consagrou. 

Aos poucos vamos acompanhando a ascensão da carreira de escritor de King, desde os pequenos contos publicados em revistas ou vendidos aos amigos e familiares até o boom de Carrie, seu primeiro grande contrato com uma editora. Mesmo já sabendo que hoje Stephen King é um escritor milionário, ficava feliz a cada conquista que ele alcançava. Principalmente nos momentos mais difíceis, quando King estava casado e com filhos, quase passando fome, e algo acontecia para mudar a situação para melhor.

É claro que nem tudo são flores e ao falar de algumas de suas obras, King nos conta sobre os problemas que teve com álcool e drogas. Ele até chegou a escrever um livro inteiro - Cujo - tão drogado que alega não lembrar de quase nada de seu processo de escrita(!). É bem impressionante (e triste).

Temos uma parte dedicada apenas a dicas de escrita propriamente ditas, que era o que eu mais esperava. Marquei inúmeras passagens do livro em relação a isso, pois são diversos insights muito valiosos para quem deseja fazer da escrita, um trabalho. King fala sobre o processo, dá dicas de gramática (que são mais válidas para quem escreve em inglês, claro), nos mostra a importância da revisão etc. Fiquei encantada com todos os seus ensinamentos e pretendo revisitar a leitura dessa parte sempre que possível.

Imagens: Stephanie Bertram


O livro termina com uma reflexão sobre o acidente sofrido por King em 1999, em que o autor ficou em estado gravíssimo após ser atropelado enquanto corria numa estrada. Ele nos mostra, através de seu depoimento, o quanto a vida é frágil e como tudo pode mudar a qualquer momento. Fiquei muito impactada e emocionada com esta parte da obra.

Preciso mesmo dizer o quanto Sobre a Escrita é recomendado? Não só para futuros escritores, mas para qualquer um interessado em uma história de vida inspiradora e impactante.

Beijos e até o próximo post!

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