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Resenha | The Last Star

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Autor: Rick Yancey
Nível de inglês: Intermediário
Páginas: 388
Ano: 2016
Classificação:
Skoob

Sinopse: We’re here, then we’re gone, and that was true before they came. That’s always been true. The Others didn’t invent death; they just perfected it. Gave death a face to put back in our face, because they knew that was the only way to crush us. It won’t end on any continent or ocean, no mountain or plain, jungle or desert. It will end where it began, where it had been from the beginning, on the battlefield of the last beating human heart.
Master storyteller Rick Yancey invokes triumph, loss, and unrelenting action as the fate of the planet is decided in the conclusion to this epic series.
Leia a resenha de A 5ª Onda aqui.
Leia a resenha de O Mar Infinito aqui.

A trilogia A 5ª Onda começou bem pra mim. O primeiro livro foi empolgante e o segundo conseguiu elevar o nível e se tornar uma excelente sequência. E eu fico até sem palavras para expressar a o tamanho da minha decepção com a conclusão da série, que fiz bem em ler em inglês ao invés de pagar caro pela versão física em português.

The Last Star já começa confuso, com uma narrativa estranha e que se assemelha muito pouco ao o que eu já conhecia dos livros anteriores. Rick Yancey introduz novos personagens e consequentemente, novos pontos de vista, que tornam a confusão ainda maior, logo nos primeiros capítulos do livro.

Como era de se esperar, eu demorei bastante para me envolver com a história e com os personagens. Passei cerca de 30% da obra meio perdida, sem entender aonde o autor queria chegar. Aos poucos as coisas foram se encaixando, mas não o suficiente. Continuei com uma interrogação na minha cabeça conforme fui lendo os capítulos.

O maior problema que tive com este terceiro livro foi a mudança drástica em relação a seus antecessores, principalmente quanto ao enredo e ao objetivo final dos protagonistas (que se for analisar bem, meio que também mudaram). Eu entendo que em uma trilogia ou série às vezes seja necessário ampliar a história ou deixar mais dinâmica, mas no caso de A 5ª Onda tudo muda e no final das contas, não traz nada de positivo que justifique tanta mudança.

Até o momento, The Last Star foi a minha maior decepção e a pior leitura de 2018. O final, que até tenta ser heroico e comovente, soa raso e não conclui efetivamente nada.

Se você está em dúvida se deve ou não começar a trilogia, já deu pra saber o que acho, né? Afinal, a chance de se decepcionar é grande.

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | Sometimes I Lie

segunda-feira, 4 de junho de 2018
Autora: Alice Feeney
Nível de inglês: Intermediário
Páginas: 384
Ano: 2017
Classificação:
Skoob
Link de compra

Sinopse: 'A bold and original voice. I loved this book.’ - Clare Mackintosh
1. I’m in a coma
2. My husband doesn’t love me anymore
3. Sometimes I lie
Unnerving, twisted and utterly compelling, you won’t be able to put this new thriller down. Set to be the most talked about book in 2017, it’s perfect for fans of Behind Closed Doors, The Girl on the Train and The Widow.
Imagine se você estivesse em um “coma consciente”? Conseguindo ouvir e sentir tudo à sua volta? Esta é a situação da protagonista de Sometimes I Lie, o thriller de estreia da autora Alice Feeney. A obra acompanha a vida conturbada de Amber, que após sofrer um acidente, fica em estado de coma sem se lembrar do que a levou até ali. Através de sua semi-consciência, vamos desvendando os segredos e mistérios que envolvem sua família mais próxima.

Eu estava com as expectativas nas alturas para esta leitura. Tinha lido resenhas mega positivas, que falavam o quão surpreendente era essa história e a quantidade de plot twists que ela possuía. Posso confirmar que realmente há muitas reviravoltas, mas grande parte elas não conseguiu causar tanto choque em mim quanto eu esperava.

É difícil falar do desenvolvimento do enredo sem revelar spoilers. O que posso dizer é que a narrativa alterna entre passado - através de um diário de criança -, as semanas que antecedem o acidente e o presente, em 2016. Esta construção de narrativa foi feita com maestria pela autora, que conseguiu ambientar muito bem o passado do diário, que se situa nos anos 90.

Os personagens são bem típicos deste gênero: suspeitos e não muito fáceis de gostar. Ficamos com a pulga atrás da orelha a cada diálogo, sempre achando que alguém tem a ver com o que aconteceu com Amber. As revelações sobre os personagens não são tão incríveis assim, tirando uma que realmente foi bem construída pela autora e me deixou de queixo caído.

Como eu disse no início da resenha, a maioria dos twists não me surpreendeu, e eu acho que quando um livro se apoia quase que exclusivamente nisso, ele deve cumprir com o prometido, e eu achei que foi algo que deixou bem a desejar. O final tem uma sacada legal por ser meio aberto a interpretações, mas pra mim não foi suficiente para transformar a leitura em algo incrível.

De qualquer forma, eu recomendo o livro pra quem procura um thriller cheio de reviravoltas.

Beijos e até o próximo post!

Resenha | My Favourite Manson Girl

terça-feira, 13 de março de 2018

Autora: Alison Umminger
Nível de inglês: Básico / Intermediário
Páginas: 288
Ano: 2016
Classificação:

Skoob
Link de compra

Sinopse: Anna has had a miserable year. Everything feels wrong with her life. And rather than stay and face the mess, she steals a credit card and books herself a seat on the first flight out of town to Los Angeles, to crash with her sister. But soon after she lands, cold reality soon dawns on her: Hollywood isn't the escape she needs. She is trapped in a town full of lost souls and wannabes, with no friends, no cash and no return ticket.
When she's offered a job researching the murderous Manson girls for a dubious film, she reluctantly accepts - she needs the money. But soon enough, among the fake smiles and glitter-fuelled parties, things turn from strange, to dark, to dangerous...
This is not going to be the summer Anna had in mind.

My Favourite Manson Girl - ou American Girls, na versão americana - é um livro de YA contemporâneo que me encantou pela capa. Logo que bati os olhos na ilustração de óculos e na menção do nome “Manson”, fiquei super interessada pelo que iria encontrar pela frente.

Não sei se foi por ter lido a sinopse já há algum tempo, mas confesso que tinha esquecido sobre o que o livro tratava. Coloquei na cabeça que era sobre uma menina que entrava em uma seita semelhante à Família Manson, mas já adianto pra vocês que não é nada disso. My Favourite Manson Girl é um coming of age sobre uma adolescente que está tentando se entender e entender seu lugar no mundo, enquanto traça paralelos entre sua vida e as vidas de algumas das chamadas Manson girls.

Anna, a protagonista desta história, é uma típica garota de quinze anos. Tem problemas com os pais, reclama da vida e se sente incompreendida pela maioria das pessoas à sua volta. Então ela decide roubar o cartão de crédito da companheira de sua mãe, comprar uma passagem para Los Angeles e passar o verão com sua irmã, que é uma atriz em início de carreira. Já em LA, ela se depara com a oportunidade de pesquisar sobre o caso Tate-LaBianca e sobre Charles Manson e sua Família, a seita criada por ele. Apesar de parecer uma premissa um pouco obscura, My Favourite Manson Girl é uma leitura bem leve. A escrita é fluida e gostosa de acompanhar, e o ritmo é tranquilo daquele jeito que só histórias de verão conseguem ser.

O livro é bem equilibrado no tom, mas muitas vezes tive que parar um pouco a leitura para respirar, já que Anna nos fala bastante sobre os crimes e seus detalhes. Além do choque, a tristeza que sentimos ao ler o que as vítimas passaram é enorme. Felizmente a autora consegue contrabalançar muito bem a vida da protagonista e dos outros personagens, que mesmo passando por problemas, nem se compara ao que aconteceu com Sharon Tate e as outras vítimas dos crimes.

Gostei muito da representação de Los Angeles, que acaba se tornando mais do que um ambiente e passa a ser um personagem da história. Mesmo sendo mostrada como uma cidade de sonhos, a autora também expõe o lado deprimente e desmotivador de LA, que muitas vezes é escondido pelas lindas palmeiras e praias paradisíacas.

Como um bom coming of age, My Favourite Manson Girl aborda temas como família e autoconhecimento, trazendo boas passagens que nos fazem refletir sobre as semelhanças com nossas próprias vidas. Tem um leve toque de romance, mas que não ficou forçado e me agradou.

Após finalizar a obra, fiquei ainda mais interessada pelo livro Helter Skelter, que já tenho em e-book mas venho adiando a leitura há algum tempo devido ao seu tamanho. Sei que a leitura não será fácil, mas como o assunto me interessa muito, devo conseguir ler numa boa (ou quase).

Recomendo a leitura para quem procura um YA leve sem ser bobo, e para quem tem interesse em ter um primeiro contato com a história de Charles Manson e sua Família.

Beijos e até o próximo post :*



Resenha | All the Missing Girls

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Autor: Megan Miranda
Nível de inglês: Intermediário
Páginas: 384
Ano: 2016
Classificação:

Skoob


SinopseLike the spellbinding psychological suspense in The Girl on the Train and Luckiest Girl Alive, Megan Miranda’s novel is a nail-biting, breathtaking story about the disappearances of two young women—a decade apart—told in reverse.It’s been ten years since Nicolette Farrell left her rural hometown after her best friend, Corinne, disappeared from Cooley Ridge without a trace. Back again to tie up loose ends and care for her ailing father, Nic is soon plunged into a shocking drama that reawakens Corinne’s case and breaks open old wounds long since stitched.The decade-old investigation focused on Nic, her brother Daniel, boyfriend Tyler, and Corinne’s boyfriend Jackson. Since then, only Nic has left Cooley Ridge. Daniel and his wife, Laura, are expecting a baby; Jackson works at the town bar; and Tyler is dating Annaleise Carter, Nic’s younger neighbor and the group’s alibi the night Corinne disappeared. Then, within days of Nic’s return, Annaleise goes missing.Told backwards—Day 15 to Day 1—from the time Annaleise goes missing, Nic works to unravel the truth about her younger neighbor’s disappearance, revealing shocking truths about her friends, her family, and what really happened to Corinne that night ten years ago.Like nothing you’ve ever read before, All the Missing Girls delivers in all the right ways. With twists and turns that lead down dark alleys and dead ends, you may think you’re walking a familiar path, but then Megan Miranda turns it all upside down and inside out and leaves us wondering just how far we would be willing to go to protect those we love.

Ando me interessando muito por thrillers ultimamente. Mistérios sempre prometem atiçar nossa curiosidade e nos deixar ávidos pelo próximo capítulo. E com All the Missing Girls, não ficou só na promessa; a obra desperta o detetive que há em nós para tentar desvendar todos os segredos escondidos nas histórias dos personagens.

A narrativa da obra é feita em primeira pessoa por Nic, uma mulher de 28 anos que tinha um relacionamento muito próximo e conturbado com Corinne, que desapareceu dez anos atrás sem deixar vestígios. Navegando entre passado e presente num período de quinze dias - e com alguns flashbacks de bônus - vamos conhecendo melhor as ligações entre os personagens e a participação de cada um não só no sumiço de Corinne, mas também de outra personagem que desaparece no momento presente.

Já nos primeiros capítulos é possível notar que Nic é uma unreliable narrator, ou seja, uma narradora em quem não podemos confiar. Ela inicia sua história no momento em que está voltando para sua cidade natal a pedido de seu irmão, que alega estar passando por problemas com o pai deles, um senhor que apresenta sinais de demência. Nic se vê obrigada a retornar ao local do desaparecimento de Corinne e reviver as lembranças, os traumas e acontecimentos que ficaram em seu passado nos dez anos anteriores, quando ela se mudou sem nunca olhar para trás.

Como era de se esperar, a vibe de All the Missing Girls é de puro suspense. A pequena cidade de interior tem aquele clima aconchegante mas ao mesmo tempo sombrio, sendo um local que esconde muitos segredos. Os personagens que vamos conhecendo ao longo da obra são como Nic, com atitudes suspeitas que nos deixam sempre desconfiados. Quando o segundo desaparecimento ocorre, as coisas ficam ainda mais estranhas e não tem como achar que há algum inocente.

Como eu disse, a narrativa viaja entre passado e presente, e ainda por cima grande parte da história é de trás pra frente (pois é). É um pouco confuso sim, principalmente nos capítulos finais, mas acho que foi um artifício interessante e que deixa tudo ainda mais misterioso. O que, de certa forma, gerou uma expectativa enorme em mim que infelizmente não foi suprida quando a revelação - ou seriam revelações? - veio à tona.

Apesar de ter achado que a autora recorreu a clichês ao solucionar os desaparecimentos, gostei de sua escrita envolvente e da construção do caráter dos personagens. Ela apresenta pessoas extremamente comuns (com exceção de Corinne, que é um pouco mais excêntrica), e que são de fácil identificação, tanto na adolescência quanto na vida adulta. As  relações são todas muito bem abordadas e me fizeram ficar intrigada com tanta verossimilhança.

Recomendo All the Missing Girls para os fãs de thrillers mais simples, que constroem seus mistérios nas vidas de pessoas comuns. É só não esperar por nada muito grandioso que com certeza será uma leitura bastante proveitosa.

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | Kill the Boy Band

sexta-feira, 19 de maio de 2017
Autora: Goldy Moldavsky
Nível de Inglês: Básico
Páginas: 320
Ano: 2016
Classificação:
Skoob

SinopseJust know from the start that it wasn't supposed to go like this. All we wanted was to get near them. That's why we got a room in the hotel where they were staying. 
We were not planning to kidnap one of them. Especially not the most useless one. But we had him-his room key, his cell phone, and his secrets. 
We were not planning on what happened next. 
We swear. 
Eu já tive uma fase fangirl. Dos meus 6 aos 12 anos, amava incondicionalmente os Backstreet Boys. Como eu era muito pequena, não pude ir ao show no Brasil no ápice da carreira deles (e nos shows recentes, me faltou grana mesmo). O que importa é que na medida do possível, eu era fã. Sonhava com o dia em que poderia conhecer os meninos da banda e quem sabe, fazê-los notar minha existência. É difícil explicar, mas quem é fã realmente se sente próximo dos ídolos, mesmo sabendo que não temos chances reais de sermos reconhecidas por esses ídolos. 

Decidi começar a resenha com um pouco desse meu background para explicar pra vocês sobre o que Kill the Boy Band trata: o amor das fãs pelas boybands (ou girlbands, cantores solo etc.). É irracional, é difícil de entender, é intenso. Pode levar a atitudes impensáveis para os "meros mortais". Mas faz sentido pra quem vive, e muitas vezes, é a única coisa que mantém uma adolescente sã.

A história de KBB é bem simples. Quatro amigas que queriam ficar mais próximas da The Ruperts, a boyband sensação do momento, que foi criada em um reality show inglês (qualquer semelhança com bandas reais é mera coincidência). Só que o que era pra ser uma noite divertida no mesmo hotel dos meninos toma proporções absurdas e se transforma em algo bizarro e deliciosamente macabro.

A narrativa é feita em primeira pessoa por uma das meninas, uma personagem nada confiável de quem não sabemos nem o verdadeiro nome. O tom dado pela autora é sarcástico e repleto de humor negro, com diversas críticas à geração selfie e ao comportamento dos adolescentes atuais. Todas as personagens abordadas tem a mentalidade despreocupada de ter tudo fácil na hora que querem e como querem, e não aceitam um não como resposta. Apesar de ser um livro despretensioso, me fez refletir bastante sobre a geração atual.

O grupo de amigas é bem diverso, e isso é um ponto super positivo. Temos meninas de etnias e corpos diferentes do padrão americano, além de o livro também conter personagens LGBT. Gostei de como tudo soa verdadeiro, a interação dos personagens é natural mesmo nas situações mais absurdas (que não são poucas). É o tipo de enredo que só vai escalando e piorando a cada capítulo, e mesmo que a gente torça pra tudo dar certo, ficamos empolgadas com o aumento das situações "erradas".

Apesar de ter curtido e muito essa leitura, não gostei de alguns aspectos. Alguns acontecimentos são bem convenientes e convencem pouco, além de ter algumas cenas dignas de fanfic do Wattpad (e a autora até brinca com isso, na verdade). O final deixou bem a desejar, mas confesso que consegui enxergar com facilidade uma situação se desenrolando daquela maneira na vida real.

Então, fica a recomendação de uma leitura rápida mas não tão leve, com muito humor negro e sarcasmo. Quem já foi ou é fangirl vai se identificar pelo menos um pouquinho com uma das meninas, e quem não tem muito conhecimento sobre esse mundo, talvez pense duas vezes antes de julgar as atitudes de quem é devoto a um ídolo teen.

Beijos e até o próximo post!

Resenha | Dare Me

quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Autor: Megan Abbott
Nível de Inglês: Intermediário - Avançado
Páginas: 290
Ano: 2012
Classificação: 
Skoob
Sinopse: Addy Hanlon and Beth Cassidy are the varsity cheerleaders all the other girls fear and admire, the unchallenged rulers of their high school kingdom. But everything changes when the new coach arrives. Cool and commanding, Coach French seems perfect in every way, a charismatic presence who overturns the girls' established pecking order and still manages to gain their fierce allegiance in the process. Then a shocking event upends their fragile peace, and a police investigation begins circling in on the coach and her squad. As the girls's season moves towards its highly anticipated finale, Addy and Beth are forced to ask where their loyalties lie as they stakes grow higher, and more dangerous.

Meninas Malvadas + Cisne Negro = Dare Me.

Eu já não sou adolescente há uns bons dez anos. Mas ainda lembro com nitidez de alguns momentos do ensino médio e como eram a mentalidade das garotas naquela época. A rivalidade, a amizade, a falsidade, o ódio... tudo era em escalas astronômicas, sentido com muita intensidade. E apesar da aparente tristeza e apatia das personagens de Dare Me, é sobre esses sentimentos fortes que iremos ler.

Megan Abbott faz parte daquele time de autores que trata seus personagens com crueza, sem enfeitá-los em nenhum momento. Ela evoca de cada um seu lado mais sombrio, e nos surpreende ao abordar tantos assuntos complexos sem nos sufocar com informações o tempo todo.

O pano de fundo desta história é o ensino médio, mais precisamente a aula de Educação Física, onde as líderes de torcida praticam seus números e acrobacias. O grupo de garotas é abordado a fundo, assim como seus distúrbios alimentares e problemas de autoimagem. Temos a líder suprema, Beth, que é a típica Regina George; a amiga-braço-direito, Addy, que é o cachorrinho de estimação que faz tudo o que Beth pede e uma dúzia de outras meninas que apenas seguem umas às outras e fazem o seu melhor para conquistarem reconhecimento.

O conflito principal se sustenta pela rivalidade entre Beth e Colette, a nova treinadora das cheerleaders. Não senti em nenhum momento que Abbott tentou passar a imagem de que a rivalidade entre mulheres é natural; muito pelo contrário, os momentos de fofocas e rixas entre as garotas me soaram como um lembrete do quão problemático é esse comportamento e como suas consequências podem ser irreversíveis.

O ritmo do livro é lento no início, e vemos apenas vidas monótonas de adolescentes entediadas. Mas a situação muda conforme vamos sendo levados a um enredo cheio de segredos, vingança, e maldade, que se manifesta até nas menores ações e nos menores diálogos.

Addy, que narra Dare Me em primeira pessoa, poderia ser uma personagem sem carisma, mas seus conflitos internos são tão reais e interessantes que me mantiveram presa à ela. É claro que há momentos bobos, mas totalmente compreensíveis por conta da realidade de Addy e de como ela se enxerga e interage com as pessoas à sua volta. E com certeza ela foi a personagem que mais se desenvolveu durante todo o livro, adorei seu amadurecimento.

Gostei muito da sutileza utilizada para tratar a sexualidade de alguns personagens. Achei verossímil e nada forçado. As reviravoltas também foram instigantes e deram um gás na história.

O meu maior problema foi com a escrita de Abbott. Como li em inglês, tive bastante dificuldade para compreender todas as metáforas utilizadas pela autora. Alguns termos também ficaram bem confusos devido à aplicação usada, e isso me fez travar na leitura algumas vezes. Definitivamente não é recomendado para quem tem um inglês mais básico.

Mas no geral é um livro forte que poderia ser simplório, mas caindo nas mãos certas, conseguiu transmitir muito bem a sua mensagem.

There's something dangerous about the boredom of teenage girls.

Esta resenha faz parte do Desafio Literário I Dare You 2.0 (saiba mais clicando aqui).
Tema escolhido para Setembro: Colegial

Beijos e até o próximo post :*


Resenha | The Devil You Know

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Autor: Trish Doller
Nível de Inglês: Básico
Páginas: 256
Ano: 2015
Classificação: 
Skoob
Sinopse: Eighteen-year-old Arcadia Wells just wants to live up to her namesake. She wants adventure.
Cadie, as everyone calls her, is a recent high school graduate, who lives in a tiny Florida town with her dad and four-year-old brother. Since her mom died three years ago, Cadie's spent most of her time working in her dad's grocery store, going to school, taking care of the household, and raising her little brother. Then, one night, Cadie goes to a campfire party at the state park where she meets a couple of cute guys who are on a road trip. They invite her to accompany themjust the adventure she's been craving. But what starts out as a fun, sexy trip turns frightening when she discovers that one of the boys is not at all the wholesome boy she fell for.
Sua mãe (ou a pessoa que te criou) já te deu vários conselhos. "Leva um casaco", "não sai sem guarda-chuva" e "não aceite nada de estranhos" são alguns dos mais clássicos. Claro que a gente sempre revira os olhos quando recebe esses conselhos, mas no fim das contas, todos são verdadeiros e úteis nos mais diversos momentos. O motivo de eu iniciar essa resenha com este pensamento é simples: The Devil You Know conta a história de uma menina que decidiu não obedecer aos conselhos dos pais e tomar decisões estúpidas, e é óbvio que isso só poderia dar muito errado.

O enredo é bem simples, até porque o livro não chega nem a ter 300 páginas. Arcadia, a protagonista, é uma menina de 18 anos recém-formada no Ensino Médio que perdeu a mãe há pouco tempo e precisa cuidar de seu irmão mais novo, além de conviver com o pai viúvo que anda meio negligente com a família. Cansada de viver uma vida monótona e cheia de responsabilidades, ela decide tirar uma noite de folga e conhece dois rapazes em uma festa com a galera da escola. A partir daí, é decisão errada em cima de decisão errada.

Me deixa falar pra vocês duas coisas maravilhosas sobre esse livro: a escrita e o empoderamento feminino. Trish Doller sabe criar uma atmosfera envolvente, que me fez sentir muito inserida na história e foi o principal motivo das páginas voarem. A primeira metade passou tão rapidamente que eu nem acreditei que havia lido tanto de uma vez.

Agora, sobre o empoderamento, fiquei extremamente satisfeita em encontrar uma protagonista com opiniões tão feministas como a Arcadia. Por muitas vezes ela cita a mãe como principal fonte desses ensinamentos, e eu achei muito boa essa abordagem do relacionamento entre elas, que é de amizade e apoio acima de tudo, ao invés de repreensão e proibição.

Não posso falar das consequências geradas pelas ações da protagonista porque seria spoiler, mas digo a vocês que se a intenção da autora era surpreender, ela falhou bastante. As reviravoltas não são nada que você já não tenha assistido ou lido alguma vez na vida. E é por isso que depois dos primeiros 50%, o livro entra numa queda livre eterna. São muitas conveniências de enredo e muita burrice da parte de alguns personagens que só me fizeram ficar irritada inúmeras vezes.

O final é satisfatório e passa uma mensagem bacana sem ser exagerado. No geral The Devil You Know é uma leitura divertida e rápida, que não surpreende mas vale a pena pra quem busca uma história sem muito aprofundamento para passar o tempo.

P.S.: [spoiler] Totalmente desnecessária a parte da cartomante! [fim do spoiler]

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | Little Peach

sexta-feira, 30 de setembro de 2016
Autor: Peggy Kern
Nível de Inglês: Básico
Páginas: 208 
Ano: 2015
Classificação:

Sinopse: When Michelle runs away from her drug-addicted mother, she has just enough money to make it to New York City, where she hopes to move in with a friend. But once she arrives at the bustling Port Authority, she is confronted with the terrifying truth: she is alone and out of options. 
Then she meets Devon, a good-looking, well-dressed guy who emerges from the crowd armed with a kind smile, a place for her to stay, and eyes that seem to understand exactly how she feels. 
But Devon is not what he seems to be, and soon Michelle finds herself engulfed in the world of child prostitution where he becomes her “Daddy” and she his “Little Peach.” It is a world of impossible choices, where the line between love and abuse, captor and savior, is blurred beyond recognition. 
This hauntingly vivid story illustrates the human spirit’s indomitable search for home, and one girl’s struggle to survive.

Little Peach é um livro pequeno em páginas mas com uma mensagem poderosa. Pelos olhos da protagonista Michelle, acompanhamos a dura realidade de várias garotas que como ela, acabam sendo seduzidas pelo mundo da prostituição infantil.

A autora escolheu um tema muito delicado para abordar. Ao final da leitura, ela inclusive nos explica o motivo de ter escolhido este assunto e por que precisamos falar mais sobre ele. É de cortar o coração saber que tantas crianças e adolescentes vivem diariamente uma situação que nem deveria existir, em primeiro lugar.

Em nenhum momento somos poupados. A obra contém muitas cenas gráficas de violência, drogas e abuso sexual, este último podendo ser um gatilho para algumas pessoas; por isso recomendo cautela caso você tenha alguma dificuldade em ler sobre estes temas. A narrativa de Peggy Kern é muito simples e crua, o que funciona muito bem porque tentar suavizar a história com uma narrativa poética certamente não traria toda a carga emocional que a obra precisa.

Não consigo expressar como me senti em relação aos personagens. Foi algo muito além de tristeza ou emoção; um misto de raiva, impotência e choque. Fiquei impressionada demais para sequer chorar. Acho que isso se deve ao fato de ser tão difícil acreditar que Little Peach seja ficção, quando sabemos que nesse exato momento há tantas Michelles, Babys, Kats e Devons fazendo parte desta máfia repugnante.

Minhas cinco estrelas não se referem à qualidade literária da obra, pois confesso que nem consegui analisar o livro dessa maneira (apesar de achar genial a narrativa em segunda pessoa em certas cenas). Essa nota serve para que você, leitor dessa resenha, saiba que este livro é importante e necessário. Ele vai te chocar, te emocionar, te destruir. Vai fazer você pensar um milhão de vezes antes de reclamar dos seus pais, da sua escola, do seu trabalho. Se você lê em inglês, por favor, dê uma chance a Little Peach. Vamos fazer essa história alcançar mais pessoas, para que possamos discutir mais sobre esse problema que afeta uma parcela tão frágil e indefesa da nossa sociedade.

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | Unteachable

segunda-feira, 22 de agosto de 2016


Autor: Leah Raeder (Elliot Wake)
Nível de Inglês: Intermediário
Páginas: 356
Ano: 2013
Classificação: 
Sinopse: Maise O'Malley just turned eighteen, but she's felt like a grown-up her entire life. The summer before senior year, she has plans: get into a great film school, convince her mom to go into rehab, and absolutely do not, under any circumstances, screw up her own future.
But life has a way of throwing her plans into free-fall.
When Maise meets Evan at a carnival one night, their chemistry is immediate, intense, and short-lived. Which is exactly how she likes it: no strings. But afterward, she can't get Evan out of her head. He's taught her that a hookup can be something more. It can be an unexpected connection with someone who truly understands her. Someone who sees beyond her bravado to the scared but strong girl inside.
That someone turns out to be her new film class teacher, Mr. Evan Wilke.
Maise and Evan resolve to keep their hands off each other, but the attraction is too much to bear. Together, they're real and genuine; apart, they're just actors playing their parts for everyone else. And their masks are slipping. People start to notice. Rumors fly. When the truth comes to light in a shocking way, they may learn they were just playing parts for each other, too.
Não costumo ler livros de romance entre professor e aluna. O único que li antes desse foi Métrica, que achei até bacana mas muito melodramático. Em Unteachable, me deparei com uma história que poderia cair na repetição, mas acabou se tornando um dos melhores livros do gênero NA que já li.

Nessa obra de Leah Raeder (que agora é conhecido como Elliot Wake), conhecemos Maise, uma garota de 18 anos que está pouco se lixando pra você e o que você pensa sobre ela. Dona de uma personalidade forte, ela teve sua infância roubada por uma mãe que poluiu sua vida com toda a podridão do mundo das drogas e da prostituição. Porém nossa protagonista não nega seu passado e fala abertamente sobre ele, inclusive reconhecendo que grande parte de suas atitudes provém de tudo a que foi submetida quando criança. Só pela honestidade da personagem, a obra já ganhou muitos pontos comigo.

Raeder tem aquele dom de criar personagens realistas e que geram grande empatia no leitor, mesmo sem despertar sentimentos positivos. Por exemplo, eu entendi a bagagem de Maise e senti muita empatia por ela e seus problemas, apesar de não apoiar seu comportamento. Isso transforma uma história simples como a de Unteachable em algo espetacular, que nos deixa curiosos para conhecer mais sobre cada personagem apresentado.

É claro que eu me incomodei com o relacionamento de Maise e Evan, já que diferença de idade é algo muito delicado e envolve diversos fatores, principalmente o abuso psicológico e a disparidade emocional. E mais uma vez Raeder acerta em cheio na abordagem honesta e real, provocando não só seus personagens como também o leitor. Eu torcia pelo casal principal mas ao mesmo tempo ficava pensando: "Ele não é muito velho pra ela? Mesmo sendo legalizado, isso não é errado?". E eu adoro quando fico me questionando durante uma leitura.

Não sei se classificaria esta obra como NA "puro", acho que fica mais para um coming of age. Porque se tem algo que Maise faz nesse livro é crescer. Ela passa por esse relacionamento totalmente novo, já que não estava acostumada a se envolver profundamente com ninguém, e isso gera uma série de mudanças, não tão comportamentais, mas em seu modo de pensar. E isso é muito empoderador, já que vemos que nem sempre as atitudes julgadas "erradas" pela sociedade são necessariamente prejudiciais. Um tapa na cara dos conservadores, eu diria.

Portanto, se for embarcar nessa leitura, vá de cabeça e coração abertos. Você vai encontrar cenas bem descritivas de sexo e em grande quantidade (o que me incomodou um pouco), questionamentos sobre ética e moral e diversos assuntos polêmicos. Mas também vai encontrar uma protagonista crível, um relacionamento sem muita enrolação e relações de amizade interessantes. Só não leia se for fã de histórias leves e descontraídas, porque com certeza não é o caso aqui.

Minha nota só não foi maior por conta do desenvolvimento de algumas tramas paralelas pouco verossímeis e pelo final bobinho. Mas no geral é uma ótima história e eu pretendo ler mais de Raeder/Wake.

E aí, Unteachable despertou seu interesse? Deixa um comentário me contando o que achou dessa história!

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | Dangerous Boys

quinta-feira, 14 de julho de 2016
Imagem :Stephanie Bertram

Autor: Abigail Haas
Nível de Inglês: Básico
Páginas: 336
Ano: 2014
Classificação: 
Skoob
Sinopse: It all comes down to this: Oliver, Ethan, and I. Three teens venture into an abandoned lake house one night. Hours later, only two emerge from the burning wreckage. Chloe drags one Reznick brother to safety, unconscious and bleeding. The other is left to burn, dead in the fire. But which brother survives? And is his death a tragic accident? Desperate self-defense? Or murder...? Chloe is the only one with the answers. As the fire rages, and police and parents demand the truth, she struggles to piece the story together – a story of jealousy, twisted passion and the darkness that lurks behind even the most beautiful faces...
É óbvio que depois de ter lido (e amado) Dangerous Girls, eu precisava me aventurar no outro livro de Abigail Haas, Dangerous Boys. Não se engane, pois apesar do nome parecido, a história é bem diferente. Mas de qualquer forma, ambos podem ser considerados YA's de suspense.

Em Dangerous Boys, conhecemos a protagonista Chloe e os irmãos Ethan e Oliver, e vamos descobrindo aos poucos todos os acontecimentos que culminaram em um incêndio que vem a ser responsável pela morte de um dos irmãos (a gente só fica sabendo quem foi depois de um tempo, e esse é um dos principais mistérios do livro).

Mais uma vez Abigail Haas utiliza da narrativa no passado e presente para nos fazer entender melhor o que levou seus personagens ao clímax da obra. Adoro a capacidade da autora de explorar tão bem o íntimo de cada um até nas situações mais corriqueiras, como a vida monótona que Chloe leva antes de conhecer Ethan, mesmo em meio ao drama do divórcio de seus pais. Através de sua visão de garota do interior, conhecemos a personagem intimamente e compartilhamos com ela seus anseios e dúvidas a respeito de um futuro a princípio tão concreto, mas que vai se tornando incerto conforme ela se vê frente a situações cada vez mais complicadas que vão exigindo dela mais e mais responsabilidades.

É claro que os protagonistas são personagens extremamente reais. Não me apaixonei por Ethan (achei ele bem bobão, na verdade) e Oliver me causou repulsa em mais de uma ocasião, mas mesmo assim fiquei encantada por esses irmãos e o contraste entre eles, até me lembrou de leve aquele filme "O Anjo Malvado" . A maldade de Oliver não é tão "intensa" como a do personagem de Macaulay Culkin, mas é possível captar os sinais de psicopatia/sociopatia devido à manipulação e falta de sentimentos que Oliver demonstra.

Pela primeira vez na vida eu fiquei empolgada com um triângulo amoroso, se é que se pode chamar assim. O relacionamento entre os irmãos e Chloe é tão estranho e bizarro que acabou soando real pra mim. É viciante acompanhar toda a mistura de sentimentos que se desenvolve, e perceber que você não torce pra ninguém e pra todos ao mesmo tempo. Pra mim, essa é a função desse livro: mexer tanto com a nossa cabeça que nem sabemos mais o que pensar direito. Só sabemos que queremos MAIS.

O desfecho não é tão bom quanto o de Dangerous Girls, achei um pouco melodramático e inverossímil. Mas o que fez essa leitura valer a pena foi a jornada.

Preciso dizer que é recomendadíssimo? Pra quem gosta de YA's fora da caixa, esse é um prato cheio.

Beijos e até o próximo post! 

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