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Resenha | O fundo é apenas o começo

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Autor: Neal Shusterman
Editora: Valentina
Páginas: 272
Ano: 2018
Classificação:
Skoob

SinopseUma poderosa jornada da mente humana, um mergulho profundo nas águas da doença mental..CADEN BOSCH está a bordo de um navio que ruma ao ponto mais remoto da Terra: Challenger Deep, uma depressão marinha situada a sudoeste da Fossa das Marianas..CADEN BOSCH é um aluno brilhante do ensino médio, cujos amigos estão começando a notar seu comportamento estranho..CADEN BOSCH é designado o artista de plantão do navio, para documentar a viagem com desenhos..CADEN BOSCH finge entrar para a equipe de corrida da escola, mas na verdade passa os dias caminhando quilômetros, absorto em pensamentos..CADEN BOSCH está dividido entre sua lealdade ao capitão e a tentação de se amotinar..CADEN BOSCH está dilacerado..Cativante e poderoso, O Fundo é Apenas o Começo é um romance que permanece muito além da última página, um pungente tour de force de um dos mais admirados autores contemporâneos da ficção jovem adulta.

Eu já li alguns livros YA sobre saúde mental, e posso dizer com absoluta certeza que nenhum mexeu tanto comigo e de uma maneira tão peculiar e especial quanto este. O Fundo é Apenas o Começo, do meu queridinho Neal Shusterman, nos apresenta uma história íntima e intensa sobre um jovem de quinze anos que tenta conviver com uma doença mental.

Esse é aquele tipo de livro em que é melhor se aventurar sem saber muita coisa sobre o enredo. A obra nos apresenta duas histórias paralelas: em uma, vemos o protagonista Caden vivendo uma vida comum de adolescente, porém começando a suspeitar que algo está diferente em sua mente; em outra, acompanhamos Caden em um navio, repleto de tripulantes curiosos e bizarros. Essas histórias podem parecer desconexas, mas aos poucos vão se entrelaçando e se desvendando para o leitor, que vai se vendo cada vez mais envolvido por elas.

Caden é um adolescente comum, que estuda, se diverte com seus amigos e tem bons momentos em família. Inclusive, sua família é um dos pontos que mais se destacam na obra, pois Caden tem uma relação bastante próxima com seus pais e sua irmã mais nova, sem soar perfeita demais. Nos momentos mais delicados da história, a presença da família de Caden é crucial para nos mostrar que nunca devemos enfrentar nossos problemas sozinhos.


A maneira que os transtornos de Caden são tratados é muito sensível e verossímil. Mesmo com todas as metáforas e partes lúdicas, conseguimos perceber com clareza como funciona uma mente perturbada, como tudo começa e se desenvolve e como é importante tratar esses transtornos o quanto antes, com um acompanhamento profissional.

É visível como Shusterman colocou seu coração nesse livro. Ele nos explica como foi o processo de escrita e o quão importante foi a ajuda de profissionais e de uma pessoa em especial – seu filho – para trazer mais veracidade à história. Com certeza, ler o posfácio do autor foi a parte mais marcante e emocionante pra mim. Eu consegui sentir toda a dor e a força dessa história, e compreendi ainda mais a mensagem que a obra quis passar. Foi muito emocionante, e toda vez que eu lembro desse trecho, sinto vontade de chorar.


São inúmeros os motivos que eu teria pra tentar te convencer a ler O Fundo é Apenas o Começo. Mas eu prefiro somente dizer que eu o recomendo muitíssimo e acho que todo mundo deve ler e se emocionar com essa história.

Beijos e até o próximo post!

Resenha | Edgar Allan Poe: Medo Clássico vol. 1

sexta-feira, 23 de março de 2018

Autor: Edgar Allan Poe
Editora: Darkside
Páginas: 384
Ano: 2017
Classificação:


Sinopse:Seguindo o padrão quase psicopata de qualidade que os leitores já esperam da DarkSide® Books, o livro é uma homenagem a Poe em todos os detalhes: da capa dura à nova tradução feita por Marcia Heloisa, pesquisadora e tradutora do gênero, além das belíssimas ilustrações em xilogravura feitas pelo artista gráfico Ramon Rodrigues. E o mais importante: o conteúdo selecionado que recheia as 384 páginas deste primeiro volume de Edgar Allan Poe: Medo Clássico. E que conteúdo!
Pela primeira vez numa edição nacional, os contos estão divididos em blocos temáticos que ajudam a visualizar a enorme abrangência da obra. A morte, narradores homicidas, mulheres imortais, aventuras, as histórias do detetive Auguste Dupin, personagem que serviu de inspiração para Sherlock Holmes.
O livro traz ainda o prefácio do poeta Charles Baudelaire, admirador confesso de Poe e o primeiro a traduzi-lo para o francês. Os contos são comentados na voz do personagem mais famoso de Poe, um certo pássaro de asas escuras como a noite. E por falar nele, Edgar Allan Poe: Medo Clássico apresenta “O Corvo” na sua versão original, em inglês, além de reunir suas mais importantes traduções para o português: a de Machado de Assis (1883) e a de Fernando Pessoa (1924).
Uma obra tão completa que não poderia se limitar a um só volume. A DarkSide® Books já começa a organizar Edgar Allan Poe: Medo Clássico, volume 2. Além de Poe, Mary Shelley, Bram Stoker e Lovecraft também farão parte da coleção Medo Clássico, sempre com ilustradores convidados e tradutores que respiram e conhecem profundamente as obras originais.
Nunca mais houve um autor como Poe. Nunca mais haverá uma edição como esta.

Quem me acompanha há algum tempo sabe que eu sou muito fã de Edgar Allan Poe. Meu primeiro contato com a obra do escritor foi com uma edição bem simples de Histórias Extraordinárias da editora Martin Claret. Foi amor à primeira lida. Cheguei a comprar a versão da Barnes and Noble (que mostrei nesse post aqui) mas ainda li muito pouco dela por motivos de: inglês super rebuscado e arcaico. Então imagina a minha felicidade quando soube que a Darkside ia lançar essa edição com diversos contos do mestre? Tinha certeza de que não iria me decepcionar, e foi realmente uma experiência excelente.

O livro é dividido em partes, de acordo com o tema dos contos: Espectro da Morte, Narradores Homicidas, Detetive Dupin, Mulheres Etéreas, Ímpeto Aventureiro e O Corvo. Acho que essa divisão foi muito bem feita e bem pensada, de forma que vamos lendo contos que se encaixam em determinadas fases de Poe.



Como já conhecia boa parte dos contos, preferi dar prioridade para aqueles que eram novidade pra mim e pulei alguns dos que já conhecia. Mas tive o prazer de reler o meu favorito, O Gato Preto, e aproveitar toda a genialidade do gênio do terror. Entre os contos “inéditos”, meu favorito foi O Baile da Morte Vermelha.

Esta edição possui uma parte totalmente dedicada ao poema mais famoso de Poe, O Corvo. Além da versão original, em inglês, temos também a tradução de Machado de Assis e outra de Fernando Pessoa. Gostei de ambas, mas minha preferida foi a de Machado. Acho que ele conseguiu captar muito bem a essência do autor.



Como era de se esperar, o trabalho gráfico da Darkside está impecável, com uma capa linda e xilogravuras internas impressionantes (e macabras). Ao final da obra, temos algumas fotos da antiga residência de Poe, agregando ainda mais informações interessantes ao material. Encontrei um ou outro errinho de revisão, mas nada que comprometa o produto final. Acredito que nas próximas edições isso possa ser facilmente corrigido.

No geral, Edgar Allan Poe: Medo Clássico vol. 1 é muito mais do que recomendado, tanto para os fãs do autor quanto para aqueles que querem ter um primeiro contato com sua obra. Seus trabalhos mais consagrados estão reunidos neste livro, por isso acredito que seja uma boa maneira de conhecer seu trabalho. Já estou ansiosa pelo vol. 2 que será lançado ainda em 2018!



Beijos e até o próximo post!

Resenha | O Conto da Aia

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Autora: Margaret Atwood
Editora: Rocco
Páginas: 368
Ano: 2006
Classificação:


SinopseEscrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.
Há livros que passam pelas nossas vidas não para nos ensinar algo, mas sim para entreter e nos deixar com um sorriso no rosto no final. 

Mas também há livros que causam mais impacto que um soco, que chocam e nos atordoam e nos deixam sem chão; que transmitem mensagens atemporais, daquelas que guardaremos pra sempre. E posso afirmar com toda a certeza que O Conto da Aia se encaixa nessa segunda categoria.

A obra se passa num futuro pouco distante, na região em que se encontrava os Estados Unidos e que hoje é chamada de Gilead. Acompanhamos nossa protagonista e narradora Offred, que nos conta um pouco sobre esta sociedade, suas leis, hierarquias e costumes. Offred faz parte da primeira geração de Aias, portanto ainda possui muitas lembranças do mundo antes de Gilead ser estabelecida. Ao acompanhar seu relato, conseguimos visualizar bem a transição entre o mundo que conhecemos e o que passou a existir após as mudanças determinadas pelo governo.

Desde o início da história, simpatizei muito com Offred. Ela não é uma heroína perfeita e sim uma mulher comum, com seus medos e erros passados que ainda a assombram. Algumas de suas atitudes podem ser consideradas como covardes, mas por vezes me coloquei no lugar dela e refleti sobre o que eu faria nas situações que ela passou. Duvido que seria muito diferente.

Não quero falar muito sobre a jornada de Offred pois considero que qualquer explicação possa ser spoiler. No começo confesso que fiquei um pouco perdida pois ela divaga bastante mesmo em situações banais, o que é compreensível pois vive em constante repreensão física e psicológica. Algumas pessoas podem achar a escrita lenta, mas eu achei bem fluida e fácil de acompanhar.

Maragaret Atwood construiu um mundo patriarcal perfeito, onde mulheres são classificadas de acordo com seu valor na sociedade (valor esse determinado por um conselho todo formado por homens). As mulheres de Gilead precisam conviver com o medo constante de não serem boas o bastante para os homens, além de precisarem aceitar que nunca poderão ser algo além do que foram determinadas para ser, somente algo inferior.

Marthas, Tias, Esposas, Econoesposas, Aias. Todas ensinadas a desempenharem um único papel, a se comportarem de um único jeito, pelo bem de uma sociedade que estava em decadência e encontrou nas mulheres uma maneira de colocar ordem no mundo, da maneira mais controladora possível.

Mesmo após a discussão que participei no Piquenique Literário de julho, não acho que a realidade de Gilead possa ser algo possível no futuro. Porém considero O Conto da Aia como um alerta. Um alerta do que o extremismo pode fazer com uma sociedade quando o machismo e a intolerância dominam o povo, quando a liberdade de todos é privada, baseada apenas em um ponto de vista.

Nós, mulheres, precisamos estar atentas. O estado quer dominar muitas de nossas escolhas e nos culpar por não seguir o que se espera de nós, de acordo com o senso comum. Até pouco tempo atrás não tínhamos nem como escolher nosso nome ao casar (e as Aias também mudam seu nome ao entrar para uma nova família, sua identidade deixa de existir). São muitos os exemplos que posso dar para traçar um paralelo entre a nossa sociedade atual e a criada por Atwood. E é fascinante observar como a autora teve uma visão tão ampla e assertiva sobre o extremismo mesmo lá em 1985, ano de lançamento da obra. Isso só mostra como comportamentos semelhantes sempre existiram e ainda podem existir por muitos anos. Cabe a nós resistir e não permitir que isto se torne regra.

Eu poderia escrever muito mais sobre O Conto da Aia. Poderia discorrer por horas sobre os simbolismos, as reflexões e os tapas na cara que recebi durante a leitura. Esse livro me mudou; me despertou para situações que eu sempre soube que existiam, mas não dava a devida atenção. Offred e eu tivemos uma sintonia que eu não sentia há muito tempo com algum personagem e já estou com saudades dela e de sua história.

Agora pretendo assistir The Handmaid’s Tale e comprovar todo o hype, espero que a minha experiência seja tão positiva quanto foi com o livro ♥

Beijos e até o próximo post!

Resenha | O Chamado do Monstro

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017














Autor: Patrick Ness
Editora: Ática
Páginas: 216
Ano: 2011
Classificação:
SinopseA escuridão, o vento, os gritos. Os olhos estatelados, a respiração entrecortada. É o pesadelo de novo, como em quase todas as noites depois que a mãe de Conor ficou doente. A escuridão, o vento, os gritos - e o despertar no mesmo ponto, antes de chegar ao fim. Tudo é tão aterrorizante que Conor não se mostra nem um pouco assombrado quando uma árvore próxima à sua casa - um imponente teixo - transforma-se em um monstro. Além disso, ele precisa lidar com coisas mais urgentes e graves - o reinício dos tratamentos contra o câncer aos quais sua mãe terá que se submeter, a vinda da avó para ajudá-los, a permanente ausência do pai desde que ele foi morar com a nova família e a pesada perseguição na escola, da qual é vítima quase todos os dias. Tudo muito mais perturbador do que uma criatura feita de folhas e galhos. Só que o monstro sabe que Conor esconde um segredo. E isso o torna realmente assustador. Mas por que Conor deveria dar ouvidos a algo que parece imaginado? Por que o monstro parece ser a única criatura a estar ao seu lado diante de seus maiores medos - o de perder a mãe e o de contar a verdade.
Como começar a falar de um livro tão pequeno e tão complexo? Nesta obra de Patrick Ness, o leitor é levado por uma história repleta de simbolismos e sentimentos, que encanta e enche os olhos com ilustrações belíssimas que complementam os textos apresentados.

Desde o início não é difícil supor o que nos aguarda ao final da leitura. Os ensinamentos sobre a vida são dados em doses homeopáticas, com pequenas metáforas distribuídas ao longo dos capítulos que certamente irão trazer reflexões até naqueles mais insensíveis aos acontecimentos. Essa abordagem com um toque de realismo mágico foi crucial para me ganhar completamente e me fazer ficar extremamente envolvida por Conor e sua família.

Os personagens apresentados na obra não são nada rasos; mesmo aqueles que aparecem pouco, tem uma importância e profundidade grandes. O que senti por Conor ultrapassou a empatia, pois a cada interação com um personagem, eu fui Conor, vivenciei cada um de seus sentimentos e sofri com ele.

Imagens: Stephanie Bertram


O Chamado do Monstro não aborda apenas o óbvio ou aquilo a que se propõe. É uma obra que vai mais a fundo e pode ter um significado diferente para cada um. Mesmo podendo ser classificado com um infanto-juvenil, a maturidade de cada leitor é que irá determinar a mensagem que o autor quis passar.

Como eu disse no início da resenha, é difícil falar muito sobre este livro. Acho que isso acontece porque foi uma leitura angustiante, eu queria terminar para dar um fim ao sofrimento mas sabia que ainda não era hora, sabia que eu precisava passar mais tempo na companhia de Conor e do Monstro. Foi um aprendizado e tanto e por mais que tenha doído, eu espero poder revisitar esta história muitas e muitas vezes.

Esta resenha faz parte do Desafio Literário I Dare You 2.0 (saiba mais clicando aqui).
Tema escolhido para Novembro: Ler em um dia

Beijos e até o próximo post :*


Resenha | Coroa da Meia-Noite

terça-feira, 29 de setembro de 2015




Autor: Sarah J. Maas
Editora: Galera Record
Páginas: 406
Ano: 2014
Classificação: 
Skoob
Sinopse: Celaena Sardothien, a melhor assassina de Adarlan, tornou-se a assassina real depois de vencer a competição do rei e se livrar da escravidão das Minas de Sal de Endovier. Mas sua lealdade nunca esteve com a coroa. Tudo o que deseja é ser livre — e fazer justiça. Nos arredores do castelo, surgem rumores a respeito de uma conspiração contra misteriosos planos do rei, mas antes de cuidar dos traidores, Celaena quer descobrir exatamente que planos são esses. O que ela não imaginava é que acabaria em meio a uma perigosa trama de segredos e traições tecida ao redor da coroa. Enquanto a amizade entre ela e o capitão Westfall cresce cada vez mais, o príncipe Dorian se afasta, imerso em seus próprios dilemas e descobertas.
A princesa Nehemia acaba se tornando uma conselheira e confidente, mas sua atenção está mais voltada para outros assuntos. Em Adarlan, um segredo parece se esconder por trás de cada porta trancada, e Celaena está determinada a desvendar todos eles para proteger aqueles que aprendeu a amar. Mas o tempo é curto, e as ameaças ao redor castelo de vidro estão cada vez mais próximas. Quando menos se espera, uma trágica noite mudará a vida de todos no reino, e mais do que nunca Celaena quer descobrir a verdade para fazer justiça.

Esta resenha pode conter spoilers do primeiro livro da série. Confira a minha opinião sobre Trono de Vidro aqui.


Se prepare porque meu “eu” fangirl vai falar mais alto. Sabe o que é você amar um livro do começo ao fim? Gostar de cada detalhe, cada acontecimento (até os mais tristes)...? É assim que me sinto com Coroa da Meia-Noite, o segundo livro da série Trono de Vidro. Fiquei boquiaberta com a capacidade da Sarah J. Maas de dar um salto tão grande de qualidade no mundo que ela criou. Vou tentar explicar, me desculpem se ficar confuso, é porque tem amor demais envolvido :}

Começamos a história acompanhando Celaena como a assassina do rei. Logo nos primeiros capítulos fica bem claro todo o ódio da protagonista pelo seu “trabalho” e somos presenteados com uma revelação a respeito disso que gostei muito, apesar de ser bem perigosa. Mas quem acompanha a série bem sabe que a Celaena aguenta o tranco de suas decisões, e com essa não seria diferente.

A história desse segundo livro é um pouco mais política, além de ter vários outros acontecimentos e plots sendo desenvolvidos em segundo plano. Então nem preciso dizer que ação é o que não falta, né? Não, você não vai se deparar com lutas e fugas a cada capítulo, mas sim com muitos arcos e coisas interessantes a respeito dos principais personagens, como Dorian e Nehemia.



Os relacionamentos são outro ponto forte do livro. Gostei muito de ver a relação de Celaena com Dorian e Chaol se aprofundar mais, assim como sua amizade com Nehemia. E é por causa desse aprofundamento que vemos um amadurecimento muito grande desses personagens que passamos a conhecer melhor e amar mais do que nunca, mesmo com seus defeitos.

É difícil continuar falando sem soltar spoilers, até porque tem diversas revelações do meio pro fim da história. O que posso dizer é que gostei de todas, principalmente a do final (eu cheguei a dar pulinhos de alegria, sério!). Apesar de algo muito triste estar envolvido nessa tal revelação, tudo o que ela acarreta é simplesmente bom demais pra acreditar. Terminei a leitura com um sorriso no rosto e o coração um pouco apertado.

O que Sarah J. Maas tem nas mãos pra desenvolver agora vale ouro. Fica bem claro que tudo o que aconteceu até agora foi apenas uma “preparação” do terreno para o que vem a seguir, que pode ser um milhão de vez melhor do que esses dois primeiros livros (se a autora souber trabalhar todas as possibilidades). A ansiedade está a mil mas não quero me antecipar muito para ler Herdeira do Fogo, já que Queen of Shadows acabou de ser lançado lá fora e ainda vai levar um tempinho pra chegar aqui :(

Ficou fora de foco mas eu gostei mesmo assim :~

Então se você leu Trono de Vidro e está em dúvida sobre continuar a série, eu te digo: tá esperando o quê? Corre atrás do seu exemplar de Coroa da Meia-Noite pra ontem! Tenho certeza que não irá se arrepender.

Pra finalizar, um recadinho: fiz uma resenha sobre A Lâmina da Assassina, que é um livro de contos que se passa antes dos acontecimentos de Trono de Vidro, e postei no meu Skoob! Como é uma resenha curta, preferi postar somente por lá. Inclusive farei isso com outros livros também, então me adiciona/segue lá pra acompanhar tudo certinho!

Beijos e até próximo post :*



Resenha | Proibido

terça-feira, 13 de janeiro de 2015
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Autor: Tabitha Suzuma
EditoraValentina
Páginas: 304 
Ano: 2014
Classificação
Skoob
Sinopse: Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis.
Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes.
Eles são irmão e irmã.
Mas será que o mundo receberá de braços abertos aqueles que ousaram violar um de seus mais arraigados tabus? E você, receberia?
Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.
Quando li sobre Proibido pela primeira vez, confesso que fiquei assustada. Com uma história sobre um amor nada fraternal entre dois irmãos de sangue, era impossível não pensar que seria algo que causaria nojo e repulsa. E eu me surpreendi por ter achado tudo tão assustadoramente lindo.

Que fique claro: mesmo após o término da leitura, eu ainda não acho correto esse tipo de relacionamento. Mas a empatia que a autora conseguiu criar na narrativa fez com que eu me perguntasse: e se fosse comigo? E se eu estivesse apaixonada pelo meu irmão, aquele que nasceu do mesmo útero, compartilhou o mesmo teto, a mesma família…? Que atitude eu tomaria?

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A situação em que os protagonistas Maya e Lochan vivem é extremamente complexa e delicada. São cinco irmãos de diferentes idades, tendo que conviver sem pai e com uma mãe alcoólatra e ausente, que vive num mundo ilusório e infantil. Sem contar as dificuldades financeiras e o medo constante de serem pegos pelo Serviço Social. Os dois não são apenas irmãos, tem de agir como pai e mãe, mesmo ainda sendo adolescentes. Lochan e Maya são os pilares que ainda mantém a família de pé. E é dessa cumplicidade que existe entre os dois que nasce este sentimento proibido.

Adorei ver a relutância que ambos demonstram durante toda a história. Como vemos os pontos de vista dos dois, não precisamos supor nada. Os personagens nos dizem exatamente o que estão sentindo, e isso torna a leitura ainda mais próxima e de certa forma, dolorosa. E pra mim esse é o ponto alto do livro: a verossimilhança de Maya e Lochan. Eles não aceitam sentir o que sentem, brigam consigo mesmos durante toda a história. E apesar de Tabitha Suzuma às vezes apelar para uma narrativa poética, não tira dos diálogos e pensamentos um tom verdadeiro, fácil de imaginar na vida real.

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Imagens: Stephanie Bertram
Não preciso dizer que Proibido não é para qualquer pessoa, né?! Se você se impressiona fácil ou tem ideias um pouco mais conservadoras, esse pode não ser o livro certo para você. Possui algumas cenas um pouco mais “pesadas” e bem descritivas, que inclusive me fizeram parar a leitura por alguns momentos para respirar e retornar depois. É uma leitura difícil nesse sentido, faz com que nós questionemos nossos princípios e os tabus da sociedade.
“Durante todo esse tempo, durante toda a minha vida, aquele caminho acidentado e pedregoso me conduziu a esse único ponto. Eu o segui cegamente, cambaleando, arranhada e exausta, sem saber onde levava, sem jamais me dar conta de que cada passo eu me aproximava da luz no fim do túnel longo e tenebroso. E agora que a alcancei, agora estou aqui, quero pegá-la o ponto em que minha vida realmente começou. Tudo que eu já quis, aqui e agora, foi capturado nesse único momento. O riso, a alegria, a imensidão do amor entre nós. Esse momento em que nasce a felicidade. Tudo começa agora.” - Maya
Esta resenha faz parte do Desafio Literário Skoob 2015 (saiba mais clicando aqui).
Tema de Janeiro: Novinho em Folha - o último livro que você comprou /ganhou/ baixou/ pegou emprestado


Beijos e até o próximo post!
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