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Resenha | O vilarejo

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Autor: Raphael Montes
Editora: Suma de Letras
Páginas: 109
Ano: 2015
Classificação:
Skoob

Sinopse: Em 1589, o padre e demonologista Peter Binsfeld fez a ligação de cada um dos pecados capitais a um demônio, supostamente responsável por invocar o mal nas pessoas. É a partir daí que Raphael Montes cria sete histórias situadas em um vilarejo isolado, apresentando a lenta degradação dos moradores do lugar, e pouco a pouco o próprio vilarejo vai sendo dizimado, maculado pela neve e pela fome.
As histórias podem ser lidas em qualquer ordem, sem prejuízo de sua compreensão, mas se relacionam de maneira complexa, de modo que ao término da leitura as narrativas convergem para uma única e surpreendente conclusão.

O Vilarejo foi a minha terceira experiência com o trabalho de Raphael Montes. As duas leituras anteriores foram boas, mas tive uns probleminhas aqui e ali. Felizmente, na terceira, o jogo virou e eu posso dizer que gostei da obra do começo ao fim.

Esse é um livro de contos de terror que se passam com os moradores de um mesmo vilarejo. No início da obra, o autor nos conta como surgiu a ideia de escrever os contos, e eu não vou comentar nada sobre isso, apenas que é algo bem macabro, que já nos dá o tom do que virá a seguir. Raphael consegue deixar o leitor com a pulga atrás da orelha, duvidando do que pode ser real ou imaginário.

Dizem que os contos podem ser lidos em qualquer ordem, mas eu particularmente discordo. Acho que a maneira que foram dispostos na obra é o que colabora para que a experiência seja única e surpreendente, conforme vamos descobrindo o que aconteceu com aquelas pessoas e de que maneira as histórias delas se conectam.

Não consigo escolher um conto favorito; todos tiveram seu grau de importância e se completaram muito bem, na minha opinião. Talvez o último seja o mais legal justamente por ser o responsável por “dar liga” na história e nos fazer entender o todo. O autor ainda retorna ao final de tudo para nos presentear com mais algumas revelações macabras e que nos deixam ainda mais alertas. A gente se pergunta: mas o que foi que eu acabei de ler?

Acho que Raphael Montes deve investir um pouco mais nessa linha de terror, que brinca mais com o sobrenatural. Gosto de seus suspenses, mas a maneira que ele escreve o terror mais grotesco e assustador me deixou encantada. Recomendo bastante essa leitura!

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | O fundo é apenas o começo

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Autor: Neal Shusterman
Editora: Valentina
Páginas: 272
Ano: 2018
Classificação:
Skoob

SinopseUma poderosa jornada da mente humana, um mergulho profundo nas águas da doença mental..CADEN BOSCH está a bordo de um navio que ruma ao ponto mais remoto da Terra: Challenger Deep, uma depressão marinha situada a sudoeste da Fossa das Marianas..CADEN BOSCH é um aluno brilhante do ensino médio, cujos amigos estão começando a notar seu comportamento estranho..CADEN BOSCH é designado o artista de plantão do navio, para documentar a viagem com desenhos..CADEN BOSCH finge entrar para a equipe de corrida da escola, mas na verdade passa os dias caminhando quilômetros, absorto em pensamentos..CADEN BOSCH está dividido entre sua lealdade ao capitão e a tentação de se amotinar..CADEN BOSCH está dilacerado..Cativante e poderoso, O Fundo é Apenas o Começo é um romance que permanece muito além da última página, um pungente tour de force de um dos mais admirados autores contemporâneos da ficção jovem adulta.

Eu já li alguns livros YA sobre saúde mental, e posso dizer com absoluta certeza que nenhum mexeu tanto comigo e de uma maneira tão peculiar e especial quanto este. O Fundo é Apenas o Começo, do meu queridinho Neal Shusterman, nos apresenta uma história íntima e intensa sobre um jovem de quinze anos que tenta conviver com uma doença mental.

Esse é aquele tipo de livro em que é melhor se aventurar sem saber muita coisa sobre o enredo. A obra nos apresenta duas histórias paralelas: em uma, vemos o protagonista Caden vivendo uma vida comum de adolescente, porém começando a suspeitar que algo está diferente em sua mente; em outra, acompanhamos Caden em um navio, repleto de tripulantes curiosos e bizarros. Essas histórias podem parecer desconexas, mas aos poucos vão se entrelaçando e se desvendando para o leitor, que vai se vendo cada vez mais envolvido por elas.

Caden é um adolescente comum, que estuda, se diverte com seus amigos e tem bons momentos em família. Inclusive, sua família é um dos pontos que mais se destacam na obra, pois Caden tem uma relação bastante próxima com seus pais e sua irmã mais nova, sem soar perfeita demais. Nos momentos mais delicados da história, a presença da família de Caden é crucial para nos mostrar que nunca devemos enfrentar nossos problemas sozinhos.


A maneira que os transtornos de Caden são tratados é muito sensível e verossímil. Mesmo com todas as metáforas e partes lúdicas, conseguimos perceber com clareza como funciona uma mente perturbada, como tudo começa e se desenvolve e como é importante tratar esses transtornos o quanto antes, com um acompanhamento profissional.

É visível como Shusterman colocou seu coração nesse livro. Ele nos explica como foi o processo de escrita e o quão importante foi a ajuda de profissionais e de uma pessoa em especial – seu filho – para trazer mais veracidade à história. Com certeza, ler o posfácio do autor foi a parte mais marcante e emocionante pra mim. Eu consegui sentir toda a dor e a força dessa história, e compreendi ainda mais a mensagem que a obra quis passar. Foi muito emocionante, e toda vez que eu lembro desse trecho, sinto vontade de chorar.


São inúmeros os motivos que eu teria pra tentar te convencer a ler O Fundo é Apenas o Começo. Mas eu prefiro somente dizer que eu o recomendo muitíssimo e acho que todo mundo deve ler e se emocionar com essa história.

Beijos e até o próximo post!

Resenha | The Last Star

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Autor: Rick Yancey
Nível de inglês: Intermediário
Páginas: 388
Ano: 2016
Classificação:
Skoob

Sinopse: We’re here, then we’re gone, and that was true before they came. That’s always been true. The Others didn’t invent death; they just perfected it. Gave death a face to put back in our face, because they knew that was the only way to crush us. It won’t end on any continent or ocean, no mountain or plain, jungle or desert. It will end where it began, where it had been from the beginning, on the battlefield of the last beating human heart.
Master storyteller Rick Yancey invokes triumph, loss, and unrelenting action as the fate of the planet is decided in the conclusion to this epic series.
Leia a resenha de A 5ª Onda aqui.
Leia a resenha de O Mar Infinito aqui.

A trilogia A 5ª Onda começou bem pra mim. O primeiro livro foi empolgante e o segundo conseguiu elevar o nível e se tornar uma excelente sequência. E eu fico até sem palavras para expressar a o tamanho da minha decepção com a conclusão da série, que fiz bem em ler em inglês ao invés de pagar caro pela versão física em português.

The Last Star já começa confuso, com uma narrativa estranha e que se assemelha muito pouco ao o que eu já conhecia dos livros anteriores. Rick Yancey introduz novos personagens e consequentemente, novos pontos de vista, que tornam a confusão ainda maior, logo nos primeiros capítulos do livro.

Como era de se esperar, eu demorei bastante para me envolver com a história e com os personagens. Passei cerca de 30% da obra meio perdida, sem entender aonde o autor queria chegar. Aos poucos as coisas foram se encaixando, mas não o suficiente. Continuei com uma interrogação na minha cabeça conforme fui lendo os capítulos.

O maior problema que tive com este terceiro livro foi a mudança drástica em relação a seus antecessores, principalmente quanto ao enredo e ao objetivo final dos protagonistas (que se for analisar bem, meio que também mudaram). Eu entendo que em uma trilogia ou série às vezes seja necessário ampliar a história ou deixar mais dinâmica, mas no caso de A 5ª Onda tudo muda e no final das contas, não traz nada de positivo que justifique tanta mudança.

Até o momento, The Last Star foi a minha maior decepção e a pior leitura de 2018. O final, que até tenta ser heroico e comovente, soa raso e não conclui efetivamente nada.

Se você está em dúvida se deve ou não começar a trilogia, já deu pra saber o que acho, né? Afinal, a chance de se decepcionar é grande.

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | Maré Congelada

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Autora: Morgan Rhodes
Editora: Seguinte
Páginas: 440
Ano: 2016
Classificação:

Sinopse: As disputas pela Tétrade, quatro cristais mágicos capazes de conferir poderes inimagináveis a quem os encontrar, continuam. Amara roubou o cristal da água, Jonas conseguiu o da terra, Felix enganou os rebeldes para ficar com o cristal do ar, e Lucia está com o do fogo. Mas nem todos sabem como ativar a magia da Tétrade, e apenas a princesa feiticeira conquistou poder até agora, aliando-se ao deus do fogo que libertou de seu cristal. Gaius, o Rei Sanguinário, também não desistiu de encontrar os cristais. Ele está mais sedento por poder do que nunca, especialmente agora que não conta mais com a ajuda da imortal Melenia nem com o apoio de Magnus, o herdeiro que o traiu para poupar a vida da princesa Cleo. Para conquistar todo o mundo conhecido, Gaius resolve atravessar o mar gelado até Kraeshia, e tentar um acordo com o imperador perverso de lá. No caminho, o rei vai encontrar muitas dificuldades e inimigos, como Amara, princesa de Kraeshia, que tem seus próprios planos para conquistar o poder.

Leia a resenha de A Queda dos Reinos aqui.
Leia a resenha de A Primavera Rebelde aqui.
Leia a resenha de A Ascensão das Trevas aqui.

Cá estou com mais um volume de A Queda dos Reinos concluído. O que me deixa impressionada com essa série é que na maioria das vezes é bem difícil prever para onde a história vai se encaminhar, e isso me mantém super curiosa para continuar lendo os próximos livros. Mas, mesmo assim, Maré Congelada é vem semelhante ao seu antecessor e acaba me deixando em uma posição difícil, e eu não consigo lembrar de nada muito marcante que me auxilie no desenvolvimento da resenha.

Maré Congelada não é um livro ruim, de jeito nenhum; ele tem todos os elementos que já apareceram em livros anteriores da série e boa parte daquilo que me faz continuar acompanhando a saga de Cleo, Magnus e cia: personagens bem construídos, narrativa envolvente, reviravoltas quando menos se espera e uma ambientação imersiva. Só que em termos de enredo, mais uma vez eu fiquei com a sensação de que nada decisivo aconteceu e meio que me sinto no mesmo ponto em que estava após a leitura de Ascensão das Trevas.

Lucia é a personagem mais difícil (e chata) de acompanhar, confesso que só passei os olhos pela maioria dos capítulos em que o ponto de vista era dela. Por mais que a personagem tenha seu peso e sua importância dentro da história principal, eu ainda a vejo como alguém extremamente sem graça. A forçação de barra é forte com essa aqui.

Como eu já falei no início do texto, tenho pouco pra falar dessa experiência de leitura. Foi um livro morno, com poucas mudanças importantes e que me deixou desinteressada em alguns momentos. Não vou desistir da série porque realmente quero saber como tudo termina, mas espero que as coisas esquentem um pouco mais nos próximos livros.

Beijos e até o próximo post!

Resenha | O Ódio que Você Semeia

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Autora: Angie Thomas
Editora: Galera Record
Páginas: 378
Ano: 2017
Classificação:
Skoob
Link de compra

Sinopse: Uma história juvenil repleta de choques de realidade. Um livro necessário em tempos tão cruéis e extremos.
Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial.Não faça movimentos bruscos.Deixe sempre as mãos à mostra.Só fale quando te perguntarem algo. Seja obediente.Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto.Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas (durante o dia, estuda numa escola cara, com colegas brancos e muito ricos - no fim da aula, volta para seu bairro, periférico e negro, um gueto dominado pelas gangues e oprimido pela polícia), Starr precisa descobrir a sua voz. Precisa decidir o que fazer com o triste poder que recebeu ao ser a única testemunha de um crime que pode ter um desfecho tão injusto como seu início.Acima de tudo Starr precisa fazer a coisa certa.Angie Thomas, numa narrativa muito dinâmica, divertida, mas ainda assim, direta e firme, fala de racismo de uma forma nova para jovens leitores. Este é um livro que não se pode ignorar.

O Ódio que Você Semeia foi muito comentado em 2017 e considerado por muitos o melhor livro do ano. E eu decidi pegá-lo esse ano devido a uma polêmica recente que houve envolvendo uma empresa de assinatura de livros, que em resumo alegou que livros YA não precisam de concentração para ser compreendidos, pois não trazem reflexões ao leitor. Pois é. Esse livro é um dos maiores exemplos de que muitas vezes esta afirmação é uma completa mentira.

A obra nos apresenta a jornada de Starr, uma menina negra que vive em um bairro negro dos Estados Unidos e presencia o assassinato de um de seus amigos, cometido por um policial branco. Este acontecimento desencadeia uma investigação e Starr se vê em uma situação que vai abrir seus olhos para uma realidade que ela sabia que existia, mas que passa a ter uma importância muito maior do que antes.

O Ódio que Você Semeia é um livro sobre racismo. Não só o racismo da segregação e do ódio, como o próprio nome sugere, mas também o racismo velado e diário, que se esconde nas atitudes mais “inocentes” e que é ignorado por grande parte da sociedade.

Acredito que a experiência de escrita deve ter sido muito íntima para Angie Thomas. No final do livro ela nos explica como teve a ideia de escrevê-lo e fala um pouco sobre as semelhanças entre a história de Starr e a sua própria. E para aqueles que, como eu, não tem muito contato com a cultura e o dia-a-dia de pessoas negras da periferia, foi muito incômodo perceber como a realidade se aproxima tanto da ficção apresentada no livro.

Eu poderia falar muito mais sobre a obra, mas existem diversas resenhas incríveis por aí, que trazem perspectivas mais aprofundadas sobre a importância desse livro não só para a literatura YA como para todas as outras faixas etárias e gêneros.

Leiam esse livro!

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | Sometimes I Lie

segunda-feira, 4 de junho de 2018
Autora: Alice Feeney
Nível de inglês: Intermediário
Páginas: 384
Ano: 2017
Classificação:
Skoob
Link de compra

Sinopse: 'A bold and original voice. I loved this book.’ - Clare Mackintosh
1. I’m in a coma
2. My husband doesn’t love me anymore
3. Sometimes I lie
Unnerving, twisted and utterly compelling, you won’t be able to put this new thriller down. Set to be the most talked about book in 2017, it’s perfect for fans of Behind Closed Doors, The Girl on the Train and The Widow.
Imagine se você estivesse em um “coma consciente”? Conseguindo ouvir e sentir tudo à sua volta? Esta é a situação da protagonista de Sometimes I Lie, o thriller de estreia da autora Alice Feeney. A obra acompanha a vida conturbada de Amber, que após sofrer um acidente, fica em estado de coma sem se lembrar do que a levou até ali. Através de sua semi-consciência, vamos desvendando os segredos e mistérios que envolvem sua família mais próxima.

Eu estava com as expectativas nas alturas para esta leitura. Tinha lido resenhas mega positivas, que falavam o quão surpreendente era essa história e a quantidade de plot twists que ela possuía. Posso confirmar que realmente há muitas reviravoltas, mas grande parte elas não conseguiu causar tanto choque em mim quanto eu esperava.

É difícil falar do desenvolvimento do enredo sem revelar spoilers. O que posso dizer é que a narrativa alterna entre passado - através de um diário de criança -, as semanas que antecedem o acidente e o presente, em 2016. Esta construção de narrativa foi feita com maestria pela autora, que conseguiu ambientar muito bem o passado do diário, que se situa nos anos 90.

Os personagens são bem típicos deste gênero: suspeitos e não muito fáceis de gostar. Ficamos com a pulga atrás da orelha a cada diálogo, sempre achando que alguém tem a ver com o que aconteceu com Amber. As revelações sobre os personagens não são tão incríveis assim, tirando uma que realmente foi bem construída pela autora e me deixou de queixo caído.

Como eu disse no início da resenha, a maioria dos twists não me surpreendeu, e eu acho que quando um livro se apoia quase que exclusivamente nisso, ele deve cumprir com o prometido, e eu achei que foi algo que deixou bem a desejar. O final tem uma sacada legal por ser meio aberto a interpretações, mas pra mim não foi suficiente para transformar a leitura em algo incrível.

De qualquer forma, eu recomendo o livro pra quem procura um thriller cheio de reviravoltas.

Beijos e até o próximo post!

Resenha | Um Encontro de Sombras

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Autora: V. E. Schwab
Editora: Record
Páginas: 560
Ano: 2017
Classificação:

Sinopse: Kell e Lila estão de volta nesta sequência de Um tom mais escuro de magia Quatro meses se passaram desde que a pedra sombria caíra nas mãos de Kell. Quatro meses desde que seu caminho cruzara com o de Delilah Bard. Quatro meses desde que Rhy fora ferido, que os gêmeos Dane foram derrotados e que a pedra fora enviada com o corpo moribundo de Holland, pelo portal, de volta para a Londres Preta. Em diversos aspectos, as coisas quase voltaram ao normal, apesar de Rhy ficar mais tempo sóbrio e de Kell estar sempre assolado pela própria culpa. Inquieto e tendo desistido dos contrabandos, Kell é frequentemente visitado por sonhos sobre acontecimentos mágicos de mau agouro, acordando apenas para pensar em Lila, que desapareceu no píer como sempre desejara fazer. Conforme a Londres Vermelha finaliza as preparações para os Jogos Elementais (uma competição de magia internacional e extravagante com o intuito de entreter e manter saudáveis os laços entre os países vizinhos), certo navio pirata se aproxima, trazendo velhos amigos de volta ao porto da capital. Mas, enquanto a Londres Vermelha está absorta em bajulações e nas emoções dos Jogos, outra Londres está gradualmente voltando à vida, e aqueles que se pensava estarem perdidos para sempre retornaram. Afinal, uma sombra que se esvai no meio da noite reaparece pela manhã, e tudo indica que a Londres Preta se ergueu novamente. Sendo assim, para manter o equilíbrio da magia, outra Londres deve perecer.
Esta resenha pode conter spoilers do primeiro livro.

Um Tom Mais Escuro de Magia foi o livro responsável por despertar minha paixão por Victoria Schwab / V. E. Schwab. Em Um Encontro de Sombras, segundo livro da série Tons de Magia (pois é, parece que a autora está planejando mais uma trilogia que se passará no mesmo mundo), eu reencontrei todos os fatores que me fizeram amar o primeiro livro, porém com um desenvolvimento bem mais lento que quase fez este volume cair na temida “síndrome do segundo livro”.

A obra se inicia quatro meses após os acontecimentos de seu antecessor. Kell e Lila estão em situações completamente diferentes: ela vivendo a vida que sempre sonhou à bordo de um navio pirata e ele tentando lidar com o rei e a rainha de Arnes, que não parecem mais tratá-lo como um filho.

O primeiro terço do livro é quase que inteiramente dedicado a desenvolver e se aprofundar na personagem de Lila, que deseja aprender mais sobre magia e conta com a ajuda de Alucard, o capitão do navio que ela quase conseguiu roubar. A relação entre eles é bem trabalhada; a autora teve a oportunidade de abordar um possível triângulo amoroso mas fiquei muito feliz por não ter feito isso. Vi alguns comentários de pessoas que não curtiram o Alucard mas eu não me incomodei tanto, apesar de admitir que ele é o equivalente masculino da Lila.


Por falar em masculinidade, V. E. Schwab faz questão de diminuir os trejeitos femininos de Lila a todo tempo, para mostrar como isso a torna forte e destemida. Isso é meio desnecessário, afinal, uma mulher pode sim ser totalmente feminina e ainda assim possuir uma força e coragem "acima da média". Uma coisa não interfere na outra, então esse tipo de abordagem da personalidade de Lila me incomodou um pouco.

Já na metade da história, começamos a ver um pouco mais de ação. Um torneio é introduzido e como eu gosto bastante de competições e jogos, fiquei bem entretida nos capítulos que o abordam. Mas não pense que o ritmo acelera; tudo o que envolve este torneio é desenvolvido sem pressa, ainda tentando aprofundar mais na vida dos personagens ao invés de focar nos grandes acontecimentos.

Os últimos capítulos é que são os responsáveis por grande parte da ação. É no final que começamos a entender o futuro dos personagens e o que a autora estava planejando fazer desde o começo. A história termina com um grande cliffhanger que me deixou desesperada pelo próximo livro. Editora Record, cadê?


Recomendo muito essa série, principalmente para os fãs de magia, fantasia e mundos paralelos. A escrita da V. E. Schwab é super imersiva e encantadora, e eu espero poder ler cada vez mais livros dela!

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | Reconstruindo Amelia

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Autora: Kimberly McCreight
Editora: Arqueiro
Páginas: 352
Ano: 2014
Classificação:
Skoob
Link de compra
 
Sinopse: Kate Baron, uma bem-sucedida advo­gada, está no meio de uma das reuniões mais importantes de sua carreira quando recebe um telefonema. Sua filha, Amelia, foi suspensa por três dias do Grace Hall, o exclusivo colégio particular onde estuda. Como isso foi acontecer? O que sua sensata e inteligente filha de 15 anos poderia ter feito de errado para merecer a punição?
Sua incredulidade, no entanto, vai aos poucos se transformando em pavor ao deparar, no caminho para o colégio, com um carro de bombeiros, uma dúzia de policiais e uma ambulância com as luzes desligadas e portas fechadas.
Amelia está morta.
Aparentemente incapaz de lidar com a suspensão, a garota subiu no telhado e se jogou. O atraso de Kate para chegar a Grace Hall foi tempo suficiente para o suicídio. Pelo menos essa é a versão do colégio e da polícia.
Em choque, Kate tenta compreender por que Amelia decidiu pôr fim à própria vida. Por tantos anos, as duas sempre estiveram unidas para enfrentar qualquer problema. Por que aquele ato impulsivo agora?
Suas convicções sobre a tragédia e a pró­pria filha estão prestes a mudar quan­do, pouco tempo depois do funeral, ela recebe uma mensagem de texto no celular:
Amelia não pulou.
Alternando a história de Kate com registros do blog, e-mails e posts no Fa­cebook da filha, Reconstruindo Amelia é um thriller empolgante que vai surpreender o leitor até a última página.

Reconstruindo Amelia é um thriller dramático da autora Kimberly McCreight, que já tinha aparecido no meu Goodreads muitas vezes mas acabou ficando de lado por tempo, até que me veio uma vontade súbita de ler um livro de mistério e eu decidi dar uma chance para ele, que foi uma ótima escolha.

A obra conta a história de Amelia, uma menina de quinze anos que aparentemente se jogou do prédio de sua escola após levar uma suspensão de três dias. Sua mãe, Kate, uma advogada bem-sucedida e sócia de uma empresa de advocacia, se recusa a aceitar o suicídio e após receber uma mensagem anônima, decide investigar os acontecimentos que levaram Amelia à sua morte.

Os capítulos são alternados entre mãe e filha, no presente e no passado, respectivamente. A narrativa alterna em primeira e terceira pessoa, o que é muito bem aproveitado, já que em primeira pessoa é possível se sentir como Amelia e se colocar em seu lugar, enquanto em terceira pessoa conseguimos ter uma visão melhor da investigação de Kate.

Acredito que o principal questionamento do livro é: o quão bem você conhece as pessoas que ama? Será que mesmo aqueles mais próximos como filhos, marido ou irmãos, são mesmo pessoas de quem você pode alegar saber todos os segredos?

A jornada de Kate pela vida de Amelia é de cortar o coração. Vemos o constante desespero de uma mãe que pensava saber tudo sobre sua filha adolescente, que aparentava ser uma menina dedicada aos estudos, sensata e inteligente. Aos poucos as camadas de Amelia vão se desmanchando e as revelações sobre sua vida são cruéis. Sentimos na pele a dor de ambas conforme coisas piores vão acontecendo na vida da menina.

Bullying, sexualidade, slut shaming e outros assuntos são tratados ao longo da obra, pelo principal ponto de vista de adolescentes privilegiados que, quando entediados, são capazes das maiores atrocidades. É triste e desolador perceber o quão perdida uma geração pode estar, nos dias de hoje. E o quão impotentes muitos pais acabam ficando por não saberem o que acontece por trás das vidas de seus filhos.

Gostei muito da teia de acontecimentos tecida por McCreight, ficamos realmente interessados pelo desenvolvimento da investigação e pela verdade sobre a morte de Amelia. No meio tempo também descobrimos coisas sobre Kate e os paralelos entre sua vida e a vida de sua filha. E estas descobertas contribuíram para que eu ficasse um pouco desanimada, já que não achei muito verossímeis.

O final não foi dos mais surpreendentes pra mim, cheguei a cogitar a resolução apresentada então não fiquei chocada. Existem duas discussões entre personagens mulheres que se resumem a brigar por causa de homem, e acho que já passou da hora de pararmos de perpetuar coisas desse tipo em livros atuais. Um pouquinho de sororidade não faz mal a ninguém, né?

No mais, eu recomendo muito essa leitura e achei o saldo super positivo!

Beijos e até o próximo post :*

4 autores conheço pouco mas já amo

segunda-feira, 7 de maio de 2018
Existem autores que conseguem conquistar a gente logo de cara, né? Parece que o santo bate com as palavras e a gente já se torna fã desde a primeira lida. Foi pensando nisso que decidi elaborar esta listinha dos autores que mal conheço, mas já considero pacas (bons tempos de orkut!).

Neal Shusterman. Até o momento só li O Ceifador dele, mas sabe quando você se apaixona pela escrita de um autor? Pois é, com o Neal foi bem assim, de primeira. Ele tem um jeito simples e direto de escrever, que consegue nos prender da primeira à última página. Sem contar as críticas à sociedade, que sei que é uma característica bem presente em seus outros livros. Já estou ansiosa pelo lançamento de A Nuvem e assim que eu receber O Fundo é Apenas o Começo, que comprei na pré-venda, vou passar na frente de todas as outras leituras.

Margaret Atwood. A maior diva da minha vida não poderia ficar de fora dessa lista! Também conheci a escrita dela em 2017 com O Conto da Aia, e esse ano já corri para ler Vulgo Grace, que já está entre as melhores leituras de 2018. Margaret tem uma escrita que atinge o íntimo tanto do personagem quanto do leitor, expondo os segredos mais obscuros da personalidade de cada um. Ela cria mulheres fortes com quem é difícil não se identificar, e as reflexões abordadas em seus livros ficam na nossa memória por muito tempo.

Becky Chambers. Planeta Hostil foi uma experiência muito marcante pra mim, principalmente por ser uma ficção científica escrita por mulher. A autora possui uma sutileza deliciosa e consegue ambientar muito bem as cenas, fazendo com que o leitor se sinta totalmente imerso na leitura. A Darkside já anunciou o lançamento da sequência de Planeta Hostil para 2018 e eu estou empolgadíssima para ler!


Mindy McGinnis. Já li os dois livros dela que foram lançados no Brasil e achei ambos muito bons. Mindy aborda assuntos ligados ao feminismo em suas mais diferentes formas, e consegue mostrar uma versatilidade em sua escrita, que vai do sutil ao “tapa na cara” com muita facilidade. Espero poder ver mais livros seus por aqui e sempre farei o possível para levar as importantes mensagens deles para o maior número de pessoas.


Quais foram os autores que mais te marcaram nos últimos tempos? Comenta aí embaixo!

Beijos e até o próximo post :*

Resenha | Sol e Tormenta

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Autora: Leigh Bardugo
Editora: Gutenberg
Páginas: 512
Ano: 2015
Classificação:

Sinopse: Perseguida ao longo do Mar Real e aterrorizada pela memória dos que se foram, Alina Starkov tenta levar uma vida normal com Maly em uma terra desconhecida, enquanto mantém em segredo sua identidade como Conjuradora do Sol. Mas ela não pode ocultar seu passado e nem evitar seu destino por muito mais tempo. Ressurgido de dentro da Dobra das Sombras, o Darkling retorna com um aterrorizante e novo poder e um plano que irá testar todos os limites da natureza.Contando com a ajuda e com os ardis de um admirável e excêntrico corsário, Alina retorna ao país que abandonou, determinada a combater as forças que se reúnem contra Ravka. Mas enquanto seus poderes aumentam, ela se deixa envolver pelas artimanhas do Darkling e sua magia proibida, e se distancia cada vez mais de Maly. Ela será então obrigada a fazer a escolha mais difícil de sua vida: ter sua pátria, seu poder e o amor que ela sempre pensou ser seu porto-seguro ou arriscar perder tudo na tormenta que se aproxima.
Para início de conversa: só estou continuando a leitura da trilogia Grisha por causa de Six of Crows. Sei que muitos dizem que não é essencial ler a primeira para entender a segunda, mas mesmo assim quero terminar a saga de Alina para me aventurar com mais conhecimento pela duologia de Leigh Bardugo.

Sol e Tormenta começa de maneira intensa. Temos diversos acontecimentos interessantes nos primeiros capítulos, com uma promessa de que este será um livro com menos encheção de linguiça e mais desenvolvimento (que não é cumprida). Após o início frenético, temos algumas pequenas revelações e aí o livro cai no marasmo. Nada, eu repito, nada acontece por quase 80% da história. Complicado, né?

Este segundo volume tenta ser o mais político da trilogia, se apoiando em estratégias de guerra e alianças duvidosas para levar a história para frente. O problema é que Alina não convence como uma estrategista, e grande parte de suas atitudes são bastante imaturas. Ela transparece a idade que tem e isso sempre é bem chato de acompanhar, já que soa como uma criança tentando brincar de ser adulto.

Alina e Maly continuam sendo o casal mais insuportável dos últimos tempos. Até Rowan e Aelin (de Trono de Vidro) são mais interessantes do que esses dois. Não tem química, não tem graça, não tem porquê, não tem nada que me faça torcer pelos dois.

No final, Leigh Bardugo joga alguns acontecimentos inesperados para nos manter interessados, mas olha, não foi suficiente para me fazer gostar de verdade da obra. Está muito sofrível continuar, mas pelo menos o próximo livro é o último!

Beijos e até o próximo post!

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